ATA DA CENTÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 29-11-2007.
Aos vinte e nove dias do mês de novembro do ano de
dois mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho,
a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi
realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Carlos
Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Raul, Ervino Besson, Guilherme Barbosa,
Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Margarete Moraes, Maria Celeste, Nereu
D’Avila, Newton Braga Rosa, Nilo Santos e Sofia Cavedon. Constatada a
existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni,
Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias
Vidal, Elói Guimarães, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Marcelo
Danéris, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Mauro
Zacher, Neuza Canabarro, Professor Garcia, Sebastião Melo e Valdir Caetano. À
MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, os Pedidos de Providência nos 5124, 5136 e 5137/07; pelo Vereador
Professor Garcia, o Projeto de Lei do Legislativo nº 279/07 (Processo nº
8295/07). Também, foram apregoados os Memorandos nos 478, 479 e 480/07, firmados pela Vereadora
Maria Celeste, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio dos
quais Sua Excelência informa as Representações Externas, respectivamente: do
Vereador Aldacir Oliboni, amanhã, na solenidade de abertura da 17ª Feira Latino-Americana
de Artesanato, na Usina do Gasômetro, em Porto Alegre; do Vereador Adeli Sell,
hoje, no encontro “A Construção da Marca e sua Proteção Jurídica”, às doze horas,
na sede da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do
Sul – FEDERASUL –, em Porto Alegre; do Vereador Newton Braga Rosa, hoje, no
jantar de comemoração do vigésimo primeiro aniversário da Associação Brasileira
dos Escritórios de Arquitetura – AsBEA – e lançamento do livro “AsBEA-RS: 21
Anos de Arquitetura”, às vinte horas, na sede do Clube Jangadeiros, em Porto
Alegre. Ainda, foi apregoado o Requerimento nº 146/07 (Processo nº 8521/07), de
autoria dos Vereadores Adeli Sell, Guilherme Barbosa, Luiz Braz e Sebastião
Melo, deferido pela Senhora Presidenta, solicitando autorização para
representar externamente este Legislativo, amanhã, em Caxias do Sul, a fim de
buscar informações sobre a implementação e o funcionamento do sistema automatizado
de coleta de lixo desse Município. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 1502, 1664, 2681 e 3753/07, do Fundo
Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. A seguir, a Senhora Presidenta
registrou a presença, neste Plenário, de moradores da ocupação Três Figueiras
do Sul, informando Suas Senhorias que receberia representantes dessa
comunidade, tão logo o Vereador Elói Guimarães, Presidente da Comissão de
Urbanização, Transportes e Habitação, estivesse presente. Em GRANDE EXPEDIENTE,
o Vereador João Antonio Dib questionou a apresentação, pelos Senhores
Vereadores, de Emendas ao Orçamento Municipal, sustentando que, o mais
importante seria o acompanhamento, pela Casa, da execução dessa matéria. Nesse
sentido, discorreu acerca do Balancete do Município referente ao mês de outubro
deste ano, publicado na edição de ontem do Diário Oficial de Porto Alegre,
chamando a atenção para a diminuição do percentual de realização de diversas
receitas da Prefeitura Municipal. Em continuidade, a Senhora Presidenta e o
Vereador Ervino Besson manifestaram-se acerca das tratativas entre representantes
dos moradores da ocupação Três Figueiras do Sul e o Departamento Municipal de
Habitação, relativas à situação dessa comunidade. Após, foi apregoado o Projeto
de Lei do Legislativo nº 302/07 (Processo nº 8873/07), de autoria do Vereador
Luiz Braz. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Maristela Maffei registrou o transcurso
do sexagésimo aniversário da edição da Resolução nº 181 da Organização das
Nações Unidas, que estabeleceu a divisão da Palestina em dois Estados: um árabe
e um judaico. Sobre o tema, manifestou sua solidariedade com o povo palestino e
registrou a presença, neste Plenário, da Senhora Fátima Ahmad Ali, Presidenta
da Sociedade Árabe Palestina da Grande Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a
Vereadora Maristela Maffei, dando continuidade a seu pronunciamento em
Comunicações, discorreu a respeito da tensão mundial decorrente dos conflitos
entre árabes e judeus, procedendo à leitura de pronunciamento proferido pela
Senhora Nurit Peled Elhaman no Parlamento Europeu, no ano de dois mil e cinco,
sobre a violência inter-religiosa no Oriente Médio. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador
Nilo Santos referiu-se a questões relativas aos moradores de rua de Porto
Alegre, asseverando que medidas para solucionar os problemas nessa área devem
ser realizadas com a participação de diversos órgãos municipais e estaduais.
Ainda, salientando que o número de pessoas nessa situação tem aumentado desde
mil novecentos e noventa e declarando que esse tema não deve ser analisado sob
uma perspectiva partidária, sugeriu a criação de Comissão nesta Casa com a
finalidade de buscar soluções para minimizar o problema. A Vereadora Neuza
Canabarro destacou a relevância da participação do Fórum das Entidades no processo
de revisão, por esta Casa, do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental
de Porto Alegre – PDDUA. Também, referiu-se a palestra sobre alterações
previstas nessa legislação, realizada pela Senhora Maria Etelvina Bergamaschi
Guimarães, Assessora Jurídica da Prefeitura Municipal, e atentou para a
necessidade de avaliação criteriosa, por parte deste Legislativo, de aspectos
atinentes a essa matéria. Em prosseguimento, por solicitação do Vereador
Haroldo de Souza, foi realizada verificação de quórum, sendo constatada a
existência do mesmo. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Sofia Cavedon analisou os
motivos que justificaram a apresentação de Emenda de sua autoria ao Orçamento
Municipal, afirmando que não há o devido interesse por parte das Bancadas desta
Casa que apóiam o Prefeito José Fogaça para favorecer a tramitação de
iniciativas oriundas da oposição ao Governo Municipal. Nesse sentido, citou
como exemplo a indecisão sobre a destinação de terreno para a construção de
escolas e creches na Cidade. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª
Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 005/07 e o Projeto de Resolução
nº 086/07, discutidos pelo Vereador João Antonio Dib; em 2ª Sessão, o Projeto
de Lei Complementar do Legislativo nº 024/07, discutido pelos Vereadores
Guilherme Barbosa, Carlos Todeschini, Adeli Sell e João Antonio Dib, o Projeto
de Lei Complementar do Executivo nº 011/07; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do
Legislativo nos 261/06, 250, 268, 280 e
281/07, o Projeto de Lei do Executivo nº 030/07, o Projeto de Resolução nº
084/07; em 4ª Sessão, os Projetos de Resolução nos 082 e 083/07. Ainda,
o Vereador Newton Braga Rosa manifestou-se durante o período de Pauta. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Dr. Goulart propugnou por providências deste
Legislativo em relação a problemas que enfrenta o Hospital de Pronto Socorro de
Porto Alegre, em função da redução de seu quadro de funcionários. Ainda,
pronunciou-se sobre a necessidade, relativamente à regularização de loteamento
ocupado irregularmente no Bairro Vila Nova junto a uma área verde, defendendo a
permanência das casas e famílias ali instaladas. O Vereador Adeli Sell registrou a presença,
neste Plenário, de moradores de área ocupada do Bairro Vila Nova, que buscam
apoio deste Legislativo por estarem ameaçados de desocupação compulsória dos
imóveis. Ainda, afirmando que o
Partido dos Trabalhadores segue uma linha de atuação marcada pela fiscalização
responsável dos atos do Governo Municipal, questionou a gestão do Prefeito José
Fogaça e criticou, principalmente, gastos com propaganda e medidas de
terceirização de serviços públicos no âmbito do Município. O Vereador João
Antonio Dib comentou Projeto aprovado por esta Casa na época em que Sua
Excelência era Prefeito de Porto Alegre, o qual proibia a terceirização dos
serviços prestados pela Prefeitura, avaliando mudanças nessa legislação
implantadas pelo Partido dos Trabalhadores quando no Governo Municipal. Além
disso, atentou para verbas devidas ao Estado pelo Governo Federal e citou
gastos com propaganda efetuados pelo ex-Prefeito Tarso Genro e pelo Presidente
Luiz Inácio Lula da Silva. O Vereador José Ismael Heinen criticou o aumento do
número de tributos pagos pelo contribuinte brasileiro, justificando que há duas
ou três décadas se pagava a metade dos tributos que hoje se paga no País e que
atualmente a sociedade tem, em contrapartida, menos benefícios do que naquela
época. Também, examinou dados relativos às necessidades da população em termos
de saúde, habitação e saneamento, defendendo mais fiscalização dos recursos
públicos arrecadados. Após, a Senhora Presidenta convidou os Vereadores para
reunião, a seguir, no Gabinete da Presidência, com comissão de representantes
de moradores da Vila Três Figueiras do Sul, do Bairro Vila Nova, que ocuparam
área pertencente ao Montepio dos Funcionários do Município de Porto Alegre,
tendo se manifestado a respeito o Vereador Mario Fraga. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão relatou reunião ocorrida hoje, no
Departamento Municipal de Água e Esgotos, na qual técnicos desse órgão
esclareceram questões atinentes ao Projeto Integrado Socioambiental. Também,
registrou a assinatura, ontem, pelo Governo Municipal, do primeiro Pacto de
Governança Regional de Porto Alegre, que objetiva a realização de obras nos
Bairros Floresta, Higienópolis, São João, São Geraldo, Navegantes e Humaitá. O
Vereador Professor Garcia discursou sobre obras públicas programadas para serem
executadas na Cidade, enfatizando que a responsabilidade desses trabalhos é do
Executivo Municipal e não do Legislativo, cabendo aos Vereadores apenas a
fiscalização dessas ações. Nesse sentido, mencionou a preocupação da Prefeitura
com os projetos na área educacional e no atendimento das principais demandas da
população, argumentando que os projetos contemplados pelo Programa de Orçamento
Participativo não podem ser alvos de novas Emendas ao Orçamento. O Vereador
Mario Fraga defendeu as reivindicações apresentadas pelos ocupantes de área
irregular localizada no Bairro Vila Nova, lembrando a importância da casa
própria, especialmente para as parcelas mais carentes da população. Ainda,
discorreu sobre Comissão instaurada nesta Casa para reavaliar o Plano Diretor
e, finalizando, demonstrou sua confiança na aplicação correta de recursos
oriundos do Governo Federal e destinados ao ProJovem de Porto Alegre. O
Vereador Luiz Braz apoiou reivindicações hoje aqui trazidas por moradores da
Vila Três Figueiras do Sul, presentes neste Plenário, afirmando que a Bancada
do PSDB coloca-se à disposição para colaborar na busca de alternativas que
garantam o direito de moradia a esses cidadãos. Da mesma forma, enfocando a
importância da implantação de programas voltados ao setor habitacional, abordou
ações nessa área que integram o Projeto Integrado Socioambiental de Porto
Alegre. Na oportunidade, o Vereador Mario Fraga formulou Requerimento verbal,
posteriormente retirado pelo autor, solicitando a suspensão dos trabalhos da
presente Sessão. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal,
formulado pela Vereadora Neuza Canabarro, solicitando alteração na ordem de apreciação
da matéria constante na Ordem do Dia, nos termos estabelecidos em reunião da
Mesa Diretora com o Colégio de Líderes. Em prosseguimento, foram apregoados os
seguintes Requerimentos, deferidos pela Senhora Presidenta, relativos ao
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/07 (Processo nº 6819/07): de autoria
do Vereador João Antonio Dib, solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº
03; e de autoria do Vereador Adeli Sell, solicitando votação em destaque da Emenda
nº 02. Também, foi apregoada a Emenda nº 04, de autoria dos Vereadores João
Antonio Dib, Líder da Bancada do PP, e Newton Braga Rosa, ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 009/07. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado
o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/07, com ressalva das Emendas
apostas, por dezenove votos SIM, onze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser
discutido pela Vereadora Clênia Maranhão e encaminhado à votação pelos Vereadores
Guilherme Barbosa, Luiz Braz e Sebastião Melo, em votação nominal solicitada
pelo Vereador João Antonio Dib, tendo votado Sim os Vereadores Almerindo Filho,
Bernardino Vendruscolo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal,
Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José
Ismael Heinen, Luiz Braz, Mario Fraga, Mauro Zacher, Neuza Canabarro, Newton
Braga Rosa, Nilo Santos, Professor Garcia e Sebastião Melo, Não os Vereadores
Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Guilherme Barbosa,
Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Maristela
Meneghetti e Sofia Cavedon e tendo optado pela Abstenção o Vereador Elói Guimarães.
Durante a apreciação do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/07, a
Vereadora Clênia Maranhão formulou Requerimento verbal, solicitando a suspensão
dos trabalhos da presente Sessão. Na ocasião, os trabalhos estiveram regimentalmente
suspensos das dezesseis horas e quarenta minutos às dezesseis horas e
cinqüenta e sete minutos. Em continuidade, foi aprovada a Emenda nº 01, aposta
ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/07. Foi votada destacadamente
e rejeitada a Emenda nº 02, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo
nº 009/07, por doze votos SIM, dezessete votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser
encaminhada à votação pelos Vereadores Sofia Cavedon, Sebastião Melo e Maristela
Maffei, em votação nominal solicitada pelo Vereador Sebastião Melo, tendo votado
Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Todeschini, Dr. Raul,
Guilherme Barbosa e Marcelo Danéris e as Vereadoras Margarete Moraes, Maria
Celeste, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Neuza Canabarro e Sofia
Cavedon, Não os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Claudio Sebenelo,
Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio
Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Maria Luiza, Mario
Fraga, Mauro Zacher, Newton Braga Rosa, Professor Garcia e Sebastião Melo e
tendo optado pela Abstenção o Vereador Elói Guimarães. Foi rejeitada a Emenda
nº 04, por dezessete votos SIM e dez ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada
pelo Vereador Guilherme Barbosa, tendo votado Sim os Vereadores Almerindo Filho,
Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Dr. Raul, Ervino Besson,
Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz
Braz, Mario Fraga, Maristela Maffei, Neuza Canabarro, Newton Braga Rosa,
Professor Garcia e Sebastião Melo e optado pela Abstenção os Vereadores Adeli
Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Todeschini, Elói Guimarães, Guilherme Barbosa,
Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maria Luiza e Sofia Cavedon.
Na oportunidade, a Vereadora Clênia Maranhão formulou Requerimento verbal,
solicitando a suspensão dos trabalhos da presente Sessão. Também, foi apregoada
a Emenda nº 01, de autoria do Vereador João Antonio Dib, Líder da Bancada do
PP, ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 022/07 (Processo nº 5362/07).
Ainda, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Sebastião Melo,
deferido pela Senhora Presidenta, solicitando votação em destaque da Emenda nº
01, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 022/07. Em
Discussão Geral e Votação, foi rejeitado o Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 022/07, por doze votos SIM e dezoito votos NÃO, após ser
discutido pelos Vereadores Carlos Todeschini, Aldacir Oliboni, João Antonio
Dib, Sebastião Melo, Margarete Moraes, Elói Guimarães, Guilherme Barbosa, Luiz
Braz, Dr. Raul e Adeli Sell e encaminhado à votação pelos Vereadores João
Antonio Dib, Sofia Cavedon, Sebastião Melo, Maristela Maffei, Elói Guimarães e
Carlos Todeschini, em votação nominal solicitada pela Vereadora Maria Celeste,
tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Todeschini,
Dr. Raul, Guilherme Barbosa, João Antonio Dib e Marcelo Danéris e as Vereadoras
Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti e Sofia
Cavedon e Não os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Bernardino
Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói
Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Maria
Luiza, Mario Fraga, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Professor Garcia e
Sebastião Melo. Na oportunidade, foi aprovada a prorrogação dos trabalhos da
presente Sessão, nos termos regimentais. Às dezenove horas e oito minutos,
constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pela Vereadora
Sofia Cavedon, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos,
convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelas
Vereadoras Maria Celeste, Neuza Canabarro e Margarete Moraes, esta nos termos
do artigo 27, parágrafo único, do Regimento, e secretariados pelos Vereadores
Alceu Brasinha e Adeli Sell, este como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Alceu
Brasinha, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após aprovada pela Mesa
Diretora, nos termos do artigo 149, parágrafo único, do Regimento, será
assinada pela maioria dos seus integrantes.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Iniciamos a
Sessão de hoje recebendo algumas comunidades da Zona Sul de Porto Alegre que
vêm tratar da questão da moradia. Logo a seguir, estaremos atendendo a
representação da comunidade, só estamos aguardando o Presidente da CUTHAB,
desta Casa, para que possamos, de uma forma coletiva - Presidência e Comissões
- atendê-los.
Passamos ao
O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra em
Grande Expediente. (Pausa.) Ausente. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra
em Grande Expediente.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
nós, segunda-feira, iniciaremos a discussão do Orçamento para o ano de 2008,
Orçamento em torno de 2 bilhões 875 milhões de reais. Há uma preocupação
constante de muitos Vereadores em fazerem emendas ao Orçamento. Os Vereadores
que tiveram as suas emendas rejeitadas já estão colhendo assinaturas para
destacarem as suas próprias emendas. Eu acho que mais importante do que emendar
o Orçamento é acompanhar a execução Orçamentária.
O Diário Oficial de ontem publicou o Balancete
referente ao mês de outubro, e nós acompanhamos, mês a mês, fazemos o somatório
e vemos que há razões de preocupação com as Receitas da Prefeitura. De todas as
receitas, de todas as previsões de receitas poucas são as que atingiram a média
que deve ser atingida.
No caso do ITBI, que deveria ter a média de 83% da
previsão sobre 90 milhões, essa média foi superada e já foram arrecadados 93%,
totalizando, em números redondos, 84 milhões de reais.
Por outro lado o Fundef também excedeu a média:
arrecadou 87% do previsto, tendo arrecadado 71 milhões de reais, sendo a
previsão de 81 milhões de reais. Vai superar, portanto.
Há uma previsão de Receitas correntes aqui que
supera e dá uma impressão muito agradável. Havia uma previsão de outras
Receitas correntes no valor de 87 milhões de reais, e a Prefeitura já, em dez
meses, arrecadou 106 milhões; portanto, 120% da previsão. Isso se deve ao fato
de a Prefeitura ter vendido a Folha de Pagamento para a Caixa Econômica
Federal, recebendo 87 milhões de reais; como Receita Extraordinária da
Prefeitura entraram 53 milhões de reais e o restante foi para o Previmpa.
E o Previmpa também tem uma receita, no mês de
outubro, acima do seu normal - que é de cerca de 20 milhões de reais -, em
outubro, recebeu 47 milhões de reais. De uma previsão de 250 milhões de reais
arrecadou 197 milhões de reais, 78%. Isso deixa preocupações muito sérias para
todos aqueles que acompanham a execução Orçamentária.
É claro que, em dezembro, a arrecadação da
Prefeitura aumenta, porque deve-se cobrar o IPTU antecipado. E, neste ano, o
Estado anuncia que não fará a cobrança antecipada do ICMS; portanto, uma
receita a menos para a Prefeitura. O IPTU vai ser cobrado de forma antecipada,
portanto deve aumentar bastante a receita do mês de dezembro. Mas, em
compensação, dezembro tem duas folhas de pagamento.
Até o dia 31 de outubro a Prefeitura havia
arrecadado 2 bilhões e 37 milhões de reais e havia empenhado 2 bilhões e 83
milhões de reais. O que foi empenhado não significa que tenha sido pago, apenas
está empenhado, está contabilizado,
portanto a Prefeitura já está devendo 47 milhões de reais.
Por
outro lado, analisando o ICMS, eu tenho a absoluta convicção de que não
chegaremos à previsão de 368 milhões de reais, mas a um valor bem abaixo;
porque, dos 368 milhões, apenas 73% foram arrecadados. Deveriam ter sido
arrecadados mais 36 milhões para estar dentro da média; apenas 270 milhões
foram arrecadados.
O
SUS, que desde que o Presidente Lula assumiu a Prefeitura recebe menos
recursos, também não vai atingir a previsão que é de 328 milhões e 600 mil
reais. Arrecadou 272 milhões de reais, vale dizer 82,8% do previsto. Portanto,
vai chegar perto dos 328 milhões. Esses 328 milhões, se nós atualizássemos os
307 milhões encaminhados à Prefeitura de Porto Alegre pelo Presidente Fernando
Henrique Cardoso, em 2002, são menores do que aqueles 307 milhões; e é a
primeira vez depois que o Presidente Lula assumiu que os 307 milhões, liberados
pelo Fernando Henrique Cardoso, foram superados sem correção. Porque no ano
passado, em 2006, a Prefeitura recebeu apenas 276 milhões de reais. E eu vejo
os Vereadores da Bancada do PT, freqüentemente, irem à tribuna exigir melhor
atendimento na Saúde; mas até nesta parte da Saúde, o Partido dos
Trabalhadores, ao deixar a Prefeitura, modificou a parte dos repasses para o
GHC, Grupo Hospitalar Conceição: a Prefeitura da gestão plena do SUS recebe
menos de 50%.
O
Sr. Adeli Sell: V. Exª
permite um aparte?
O
SR. JOÃO DIB: O Ver.
Adeli Sell por certo abrilhantará meu pronunciamento com dados que eu não
conheço.
O
Sr. Adeli Sell: V. Exª
é, às vezes, um engenheiro extremamente ousado, bom em cálculos; mas, às vezes,
V. Exª tem umas recaídas à moda antiga: V. Exª esquece - e faz questão de
esquecer - que o dinheiro agora vai direto para o GHC, que são quatro
hospitais. Portanto, somando o que vem diretamente para a Prefeitura com o que
vem para o GHC, aumentou mais de 30%. V. Exª tem que somar as duas coisas.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Não, Ver. Adeli Sell, V. Exª se equivoca mais uma vez. Assim também quando fala
sobre os 30 milhões de reais devidos à Prefeitura pelo Olívio Dutra e o Germano
Rigotto - já decididos na Justiça. Nessa gestão plena da Saúde, o dinheiro
sempre veio e foi divido entre – mesmos os 307 milhões do Fernando Henrique – a
Prefeitura, o Grupo Hospitalar Conceição e o Hospital de Clínicas. Só que a
proporção da divisão era outra, a Prefeitura recebia a maior parte. Agora, ao
sair da Prefeitura, o Prefeito João Verle assinou um documento, dando uma parte
maior para o Grupo Hospitalar Conceição, e a Prefeitura não recebe nem 50%; se
não me engano, são 48%. Nos últimos dias da Administração foi assinado isso.
O
Ver. Adeli Sell, que é diligente, competente, desta vez se equivocou. Quando se
trata do SUS, o Ver. Adeli Sell se atrapalha um pouco, mas eu olho os números,
tenho tudo tabelado direitinho aqui. Eu acompanho e faço questão de dizer: o
Presidente Lula assumiu e foi um desastre para a Saúde em Porto Alegre, porque
os recursos para cá diminuíram. O Governador Olívio não pagou o que deveria
pagar para a Prefeitura, o Governador Rigotto também não pagou, e agora o Ver.
Adeli Sell, freqüentemente, vai cobrar da Governadora Yeda. Não é ela que deve;
é o Estado que deve, é claro, mas a Governadora está passando por um momento
muito ruim, tanto que não tem aquela previsão de arrecadação do ICMS para
passar para a Prefeitura, e a Prefeitura, por isso também, não está com as suas
burras cheias de dinheiro. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Encerrado o Grande Expediente. Estamos aguardando, segundo informação do
Vice-Presidente da CUTHAB, a Comissão que está, neste momento, na Prefeitura,
junto com o DEMHAB. Logo estarão conosco, aqui, para que possamos reunir, com a
CUTHAB, esta Presidência e a comissão de moradores que se encontra em nosso
plenário.
O
SR. ERVINO BESSON: Minha
cara Presidenta, para maiores informações, há pouco chegou o advogado do
pessoal aqui. Ele recebeu um telefonema do Diretor do DEMHAB e retornou ao
órgão; em seguida voltará à Câmara, trazendo notícias sobre o que está sendo
encaminhado pelo DEMHAB. Muito obrigado, Presidenta.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Obrigada, Ver. Ervino, pela informação. Passamos às
Apregoamos
o PLL nº 302/07 - Processo nº 8.873/07, de autoria do Ver. Luiz Braz, que
altera a Lei nº 3.397, de 2 de julho de 1970, e alterações posteriores, que
disciplina o comércio de jornais e revistas nas vias públicas e outros
logradouros públicos e dá outras providências, ampliando o rol de produtos com
comercialização permitida nas bancas, nos estandes e nas grades metálicas,
permitindo a veiculação de publicidade nas bancas e nos estandes e dando outras
providências.
A
Verª Maristela Maffei estava em representação na Conferência Nacional das
Cidades. Portanto, solicito que seja registrada a sua presença.
A
Verª Maristela Maffei está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo
do Ver. Luiz Braz, e também fará uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª
Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, comunidade de Porto
Alegre aqui presente na luta pela justiça social na questão da moradia, uma
luta justa e digna, sejam bem-vindos à nossa Casa. Quero cumprimentar, em
especial, a comunidade palestina. Ver. João Antonio Dib, quero agradecer a V.
Exª, de coração, a cedência do tempo do Grande Expediente, mas como o vôo
atrasou, não consegui chegar a tempo. Mas o companheirismo e a sensibilidade do
Ver. Claudio Sebenelo possibilitaram-me honrar esse compromisso.
Já
solicitamos à Srª Presidenta que, após esta homenagem no plenário, receba a
comunidade no gabinete da Presidência para recepcioná-los, cumprimentá-los e
ouvi-los.
Quero
citar a Presidente da Sociedade Árabe-palestina da Grande Porto Alegre, a
Fátima Ali, e outras autoridades aqui presentes, e recebê-los com uma forte
salva de palmas. (Palmas.)
Srª
Presidenta, são 60 anos da Resolução nº 181 da ONU, o Plano de Partilha que
significou a divisão da Palestina em um Estado Árabe e um Estado Judeu. Na
década de 70, a ONU declarou o dia 29 de novembro como Dia Internacional de
Solidariedade ao povo palestino. Para os árabes, Ver. João Antonio Dib e Verª
Margarete Moraes, o dia 29 é conhecido como Al Nabka, que quer
dizer tragédia. Passados 60 anos, o mundo ainda rende solidariedade a este povo
palestino, mas é necessário também que se diga o sentimento dessa comunidade.
Eu
quero cumprimentar também o Presidente Municipal do PCdoB, o Maurício Nunes,
que também está aqui para se solidarizar. Nada melhor do que se uma dessas
autoridades estivesse aqui falando, mas me sinto, também, profundamente
responsável com essa luta e também profundamente palestina - se me permitirem.
Quero
ler a carta de uma mãe que perdeu seu filho num atentado, falar sobre o
sentimento dessa mãe israelense que se voltou para conhecer e compreender esse
momento e que passou a ser uma militante da causa palestina. Sob o título de “A
violência desculpada”, passarei a ler o discurso pronunciado por Nurit Peled
Elhaman, diante do Parlamento Europeu, Estrasburgo, no Dia Internacional da
Mulher, 08 de março de 2005. Nurit é uma mulher israelense, e sua filha de 14
anos morreu, anos atrás, num atentado suicida. Após este acontecimento, ela
fundou a Associação de Famílias Israelenses e Palestinas vítimas da violência
(Lê.): “Agradeço por ter-me convidado a participar desta jornada. É sempre um
prazer e uma honra estar aqui entre vocês. Contudo devo admitir que acredito
que, no meu lugar, vocês deveriam ter convidado uma mulher palestina, porque no
meu País são as mulheres palestinas as que mais sofrem a violência. E queria
dedicar o meu discurso à Miriam R’aban e ao seu marido Kamal, de Bet Lahiya, na
Faixa de Gaza. Seus cinco filhos foram assassinados pelos soldados israelenses
quando colhiam morangos na plantação da família. Ninguém será julgado por este
crime.
Quando
perguntei àqueles que me haviam convidado por que não convidavam uma mulher
palestina, sua resposta foi que isso faria com que a discussão fosse
‘demasiadamente localizada’. Não sei o que não é a violência não-localizada. O
racismo e a discriminação podem ser conceitos teóricos e fenômenos universais,
mas seu impacto é sempre local e bem real. A dor é local, a humilhação, os
abusos sexuais, a tortura e a morte são todos muito locais, assim como acontece
com as cicatrizes.
Infelizmente
é verdade que a violência imposta às mulheres palestinas, por parte do governo
e do exército israelense, tem se espalhado por todo o planeta. De fato, a
violência do Estado e a violência do Exército, a violência individual e
coletiva são hoje a sina das mulheres muçulmanas, não só na Palestina, mas
também aí onde o culto mundo ocidental põe sua bota imperialista. É uma
violência que quase nunca é abordada e que a maioria das pessoas na Europa e
nos Estados Unidos apenas justifica. É assim porque o chamado ‘Mundo Livre’ tem
medo do útero muçulmano.
A
grande França da liberdade, da igualdade e da fraternidade está aterrorizada
por um punhado de jovens que usam um lenço na cabeça. O grande Israel judeu tem
medo do útero muçulmano que seus ministros qualificam de ameaça demográfica. Os
poderosos Estados Unidos e Grã-Bretanha contaminam seus respectivos cidadãos
com um medo cego para com os muçulmanos, que são descritos como vis, primitivos
e sedentos de sangue – além de não-democráticos, chauvinistas, machistas e
produtores em massa de futuros terroristas. E isso apesar do fato de que
aqueles que hoje estão destruindo o mundo não são muçulmanos. Um deles é um
cristão devoto, o outro é anglicano, e o terceiro é um judeu não-praticante.
Nunca vivi o sofrimento que as mulheres palestinas têm
diariamente, a cada hora; não conheço o tipo de violência que faz da vida de
uma mulher palestina um constante inferno, essa tortura física e mental
quotidiana das mulheres privadas dos direitos humanos fundamentais e de suas
necessidades fundamentais de uma vida privada e de dignidade. Mulheres em cujas
casas entram com uma ordem judicial a qualquer hora do dia ou da noite, às
quais se ordena, sob a ameaça de uma arma, para que fiquem nuas, tirem a roupa diante de
estranhos e diante dos seus próprios filhos.
Nós todas somos vítimas da
violência mental, psicológica e cultural que faz de nós um grupo homogêneo de
mulheres enlutadas ou potencialmente enlutadas. As mães ocidentais a quem se
ensina a crer que em seus úteros se joga o destino da nação são as mesmas às
quais se ensina a crer que o útero muçulmano é uma ameaça internacional. São
educadas para que exclamem: ‘Eu o trouxe ao mundo, o amamentei, você é meu, e
não deixarei que te leve aquele cuja vida vale menos do que o petróleo, cujo
fruto vale menos do que um pedaço de terra’.
(Tumulto no plenário.)
A SRA.
MARISTELA MAFFEI: Eu gostaria de solicitar ao Plenário que, num
momento tão sério, tivesse toda a atenção necessária. (Pausa.)
A SRA.
PRESIDENTA (Maria Celeste): Asseguro o seu tempo, Vereadora; solicito ao
Plenário, por gentileza, atenção. Há uma oradora na tribuna.
A SRA.
MARISTELA MAFFEI: Obrigada, Vereadora. Continuando, Srª Presidenta
(Lê.): “Cada uma de nós é aterrorizada por uma educação que infecta o seu
espírito para que acreditemos que a única coisa que podemos fazer é rezar para
que nossos filhos voltem para casa ou para ficarmos orgulhosas diante de seus
corpos sem vida.
E todas nós fomos educadas a
suportar tudo isso em silêncio, a conter nosso temor e nossa frustração, a
tomar Prozac contra a ansiedade, mas nunca a aclamar em público a Mãe Coragem,
a sermos verdadeiras mães judias, italianas ou irlandesas.
Eu sou uma vítima da violência do
Estado. Enquanto mãe, meus direitos naturais e civis têm sido violados, porque
temo o dia em que o meu filho vai completar 18 anos e será arrebatado de mim
para servir de instrumentos do jogo de um punhado de criminosos como Bush, como
Blair e como seus clãs de generais sedentos de sangue, sedentos de petróleo,
sedentos de terra.
Vivendo no mundo em que vivo, no Estado em que
vivo, no regime em que vivo, não me atrevo a oferecer às mulheres muçulmanas
nenhum tipo de idéia sobre a forma de mudar as suas vidas. Não quero que tirem
seus lenços ou que eduquem seus filhos de outra maneira, nem vou pressioná-las
para que construam democracias à imagem das democracias ocidentais, que
desprezam tanto elas como aqueles que têm sua mesma sorte. Só quero pedir-lhes
humildemente que sejam minhas irmãs, expressar minha admiração por sua
perseverança e seu valor, que continuem tendo filhos e que mantenham uma vida
cheia de dignidade, apesar das condições impossíveis em que meu mundo as faz
viver.” O texto é longo, mas vou sintetizar dizendo a carta dessa mãe.
“Não posso compreender completamente as mulheres
palestinas ou seus sofrimentos. Não sei como teria sobrevivido a tais
humilhações, tamanha falta de respeito por parte do mundo inteiro. Só sei que,
neste planeta devastado pela guerra, é a voz das mães a que foi silenciada
durante um período de tempo longo demais. [Só sei que a dor do apartheid da
África do Sul não é diferente do apartheid com toda a Palestina.] Não se
ouve o grito das mães, porque as mães não são convidadas em fóruns
internacionais como este. É isso que sei, e é bem pouco. Mas é suficiente para
que me lembre de que estas mulheres são minhas irmãs e que merecem que eu grite
e lute por elas. E quando elas perdem seus filhos nas plantações de morango ou
nas estradas imundas [pelo muro sendo construído pelo Estado de Israel, que
essas mães foram educadas a crer que o amor e a compaixão se exercem a depender
das nações e da religião.], a única coisa que posso fazer é permanecer ao seu
lado e ao de seus bebês traídos e perguntar o que Anna Akhmatova, outra mãe que
viveu num regime de violência contra as crianças, perguntou: por que este
pequeno fio de sangue rasga a bochecha do seu rosto?”
Então, senhoras e senhores, nós, que estamos aqui
lutando pela dignidade e pela moradia, que não queremos esse apartheid
aqui em Porto Alegre, que lutamos
pela moradia, pelo emprego, pela dignidade de todos temos que entender como Che
Guevara diz: enquanto tiver um irmão caindo e morrendo pela barbárie do
narcotráfico e pela arma e pela indústria bélica... E aqui está o exemplo da
falta de humanidade, quando não é reconhecida a luta por um Estado em que o
filho jorra o seu sangue. Todos nós choramos e lamentamos e não podemos aceitar
o controle que existe hoje, que quer ser continuado em relação ao solo e ao
subsolo, o retorno de todos os refugiados, a construção vergonhosa do muro de
Israel contra o povo palestino. Por tudo isso, nós queremos, sim, dizer que é
um orgulho esta Casa receber a Nação Palestina. E sobre esse orgulho quero
retratar e dizer: Palestina, pátria livre! Palestina, pátria livre! Bem-vindos,
e a luta continua. Obrigada pela tolerância, Srª Presidenta.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Nilo Santos está com a palavra em Comunicações.
O
SR. NILO SANTOS: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores; Sras Vereadoras;
senhores e senhoras que nos acompanham nas galerias e também pelo Canal 16 da
TVCâmara; venho, mais uma vez, a esta tribuna trazer o problema da situação dos
moradores de rua e também daqueles que todos os dias cometem o crime de
constrangimento, atacando e dificultando o direito de ir e vir de todos aqueles
que se deslocam e que passam pelas sinaleiras da nossa Cidade. Inclusive,
estive conversando com o Ver. Adeli Sell, há pouco tempo ali, ele que é um
homem também muito preocupado com esse problema de rua. Eu admiro muito o Ver.
Adeli Sell, porque ele não combate apenas neste Governo, já vinha combatendo no
Governo anterior, e isso é sinal de que é um Vereador consciente e de que sabe
que precisamos tomar algumas atitudes que independem apenas do nosso Prefeito
José Fogaça ou da FASC, mas sabe que isso necessita de um envolvimento da
Câmara, de um envolvimento do Ministério Público e da Brigada Militar também.
Porque, hoje, na nossa Capital, nós não temos apenas moradores de rua, nós
temos, na nossa Capital, marginais, bandidos que estão constrangendo as pessoas
nas sinaleiras e também nas calçadas. É do conhecimento de todos desta Casa,
que, quando passei pela FASC, montamos um Projeto, juntamente com o CMDCA e com
o CMAS, que, depois, não evoluiu por questões políticas e tão-somente
políticas.
Venho,
hoje, sugerir a esta Casa a formação, Srª Presidenta, de uma Comissão, para que
possamos discutir um pouco mais detalhadamente o assunto “moradores de rua”.
Quero informar a todos os senhores e senhoras que, em 1990, nós tínhamos, em
Porto Alegre, aproximadamente, 20 moradores de rua, crianças e adolescentes nas
ruas de Porto Alegre; em 1998, uma pesquisa realizada apontava que já eram 197
moradores de rua. Por isso é muito importante deixarmos bem claro que o
problema “moradores de rua” é um problema de todos nós; não é um problema
apenas do Governo Fogaça, é um problema da gestão anterior, é um problema que
vem aumentando cada vez mais. É um problema, sim, da Brigada Militar, é um
problema do Ministério Público, é um problema de todo cidadão dessa Cidade.
Em
1990, aproximadamente, 20 crianças e adolescentes moravam na rua; em 1998 já
eram 197 crianças e adolescentes, e até aí, então, nós não conseguíamos resolver
o problema, porque só vinha aumentando o número. Em 2004, último ano da
Administração petista, nós já estávamos com 637 crianças e adolescentes nas
ruas de Porto Alegre. Hoje nós estamos nos encaminhando para o término de 2007
e continuamos vendo o mesmo problema, porque esse é um problema que precisa ser
atacado não com partidarismo, mas precisa ser atacado com cidadania! Não
importa se é o Prefeito Fogaça que vai fazer um bom Projeto para a retirada dos
meninos e meninas de rua, ou se vai ser o próximo governo petista, ou do PDT,
Ver. Ervino Besson, ou se é do PMDB, Ver. Haroldo, não importa mais qual o
Partido que estará à frente da Prefeitura, o que importa é que tem que parar de
existir essa politicagem dos Conselhos, que, muitas vezes, são deliberativos,
mas são atrapalhadores no processo de recuperação dos moradores de rua. Tem de
ser tomada uma atitude, sim!
Por
isso sugiro aqui a formação de uma Comissão, onde possa ter alguém do Partido
dos Trabalhadores, alguém do PDT, alguém do PMDB, alguém do PSDB, seja lá do
Partido que for representado nesta Casa, para que possamos discutir e enfrentar
a realidade, sem ficar tentando dificultar as coisas, para que este Governo não
resolva o problema só para faturar na próxima eleição em cima disso.
Tem
de parar com esse negócio, porque toda a cidade de Porto Alegre sofre com os
moradores de rua. Não são apenas os moradores de rua, que já sofrem
naturalmente, mas todos os cidadãos de bem terminam sofrendo, porque é triste
passar por cima das pessoas nas ruas. É triste! A rua não é um espaço lúdico. A
rua não é espaço para ninguém ficar. O lugar das pessoas é na sua comunidade,
na sua casa, Ver. Besson, nas escolas. É isso que desejamos. Obrigado.
(Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
(A
Verª Margarete Moraes assume a presidência dos trabalhos.)
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes):
A Verª Neuza Canabarro está com a palavra em Comunicações.
A
SRA. NEUZA CANABARRO:
Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e
senhores que nos acompanham, queremos comunicar a todos que o Fórum das
Entidades, que foi aprovado quando instituída a Comissão Especial do Plano
Diretor desta Casa, está se desenvolvendo com êxito completo, atingindo
plenamente seus objetivos.E isso é fundamental, porque nós estamos ouvindo as
entidades. Um dos aspectos, Ver. Mario Fraga, que mais nos gratifica é que os
Vereadores que estão participando não estão fazendo uso da palavra, porque é o
momento que nós queremos absorver em profundidade todas as expectativas e os
anseios da comunidade porto-alegrense em relação ao futuro de Porto Alegre,
porque nós queremos pensar Porto Alegre não apenas com alturas de prédios ou
sacadas, mas queremos pensar Porto Alegre dos nossos filhos e dos nossos netos.
Sabemos que hoje nós temos já destruída uma camada de ozônio, sabemos que o
efeito estufa está aí. Por essa razão nós queremos um Plano Diretor que pense
no meio ambiente, um Plano Diretor que incentive o aquecimento solar; que
incentive a coleta da água da chuva para utilização caseira, que dê incentivos
a quem faz a adequação e a ocupação da água, que se tenham todos esses
aspectos.
Na
data de ontem, Verª Margarete Moraes, nós tivemos a presença da Assessora
Jurídica do Município, Maria Etelvina Guimarães, que falou sobre os
Instrumentos de Política Urbana do Estatuto das Cidades e do Plano Diretor de
Porto Alegre, porque nós temos que fazer a adequação do nosso Plano Diretor ao
Estatuto das Cidades. Os Instrumentos de Política Urbana do Estatuto das
Cidades e do Plano Diretor de Porto Alegre são: o Plano Diretor, o Solo Criado
e as Operações Consorciadas. O Plano Diretor terá que se adequar aos
dispositivos do Estatuto das Cidades. O atual Plano Diretor é de 1999, e o
Estatuto é de 2001, logo, há uma necessidade de adequação legal. O novo Projeto
propõe esses ajustes. Formalmente é considerado que as modificações tem que ser
adequadas. O Solo Criado é uma medida importante, porque determina que a
discussão do Plano Diretor seja participativa, que envolva a sociedade. A
Câmara deverá criar esses mecanismos. O Fórum das Entidades é um deles, mas,
além das entidades, deve ser ouvida a população. O Estatuto, na Resolução 25,
estabelece isso. A participação não pode ser restrita ao Fórum das Entidades
que nós estamos coordenando. Uma forma de a população se manifestar é a Tribuna
Popular, mas devem ser criadas outras, como Audiências Públicas, conferências e
debates. Operações consorciadas são instrumentos que o Estatuto das Cidades
prevê para que sejam feitas modificações em regiões específicas. Por exemplo, o
4º Distrito, que é de interesse do Ver. Adeli Sell, desta Vereadora, que será
tema de um programa de televisão na próxima sexta-feira, o que nós queremos é
discutir melhorias específicas para o local com o objetivo de proporcionar sua
revitalização. Para isso, deve ser definido o perímetro e outras normas. Outro
aspecto que gostaríamos de registrar é que antes os Planos Diretores aprovados
eram rígidos – as áreas residenciais eram restritivas. Foram feitas alterações
que possibilitaram a ocupação por moradias e comércio. Essa ocupação foi
flexibilizada. Por exemplo: atelier de costura, escritórios de advocacia na
residência da pessoa. Essas e outras mudanças, Verª Sofia Cavedon, devem ser
propostas nesse momento. A população deve propor agora no momento em que é
revogado o Plano Diretor anterior. Nós convocamos todos aqui, as entidades
presentes e os Vereadores, para, na quarta-feira, às 19horas, comparecer na
Câmara de Vereadores, que nós estaremos com o Fórum das Entidades tendo como
tema: Plano Diretor. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O
Ver. Haroldo de Souza solicita verificação de quórum. (Pausa.) (Após a apuração
nominal) Há quórum.
Cumprimento a Verª Neuza Canabarro pelo seu
discurso, porque ela coordena o Fórum das Entidades, do qual ontem tive a honra
de participar, foi muito produtivo. Convido a senhora para reassumir a
presidência na condição de Vice-Presidenta.
(A Verª Neuza Canabarro reassume a presidência dos
trabalhos.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver.
Sebastião Melo está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. A Verª
Sofia Cavedon está com a palavra em Comunicações.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Srª
Vice-Presidenta, Verª Neuza Canabarro; na presidência dos trabalhos; senhoras e
senhores Vereadores, prezados moradores do bairro Três Figueiras do Sul, que
lutam com dignidade por seu direito à moradia, a quem quero estender minha
solidariedade e apoio, para que tenham sucesso na sua luta.
O registro que quero fazer aqui em Comunicações
parte da justificativa do Governo para rejeitar Emendas da oposição ao
Orçamento. O Governo justificou a rejeição das quatro Emendas que fiz – quando,
no período da Administração Popular, a oposição fazia aqui mais de 300 Emendas,
nós fizemos poucas, e todas vinculadas ao Orçamento Participativo -, a
justificativa para o representante do Governo rejeitá-las é o termo
“conveniência e oportunidade do Executivo”. Ora, “conveniência e oportunidade
do Executivo”, quer dizer, a conveniência e oportunidade do Executivo estão
acima das demandas do Orçamento Participativo. Isso não é uma mera escrita, Ver. Nedel, porque aqui as
minhas Emendas se referem a obras já ganhas no Orçamento Participativo há
alguns anos, a obras já extremamente discutidas e resolvidos os problemas
técnicos, como é o caso do Nossa Senhora do Carmo, em que o ano inteiro a SMAM
e o DEMHAB ficaram jogando um para o outro para definir a área onde a escola
poderia ser construída. O ano inteiro. Nós fizemos Reunião aqui na CECE, e a
SMED afirmando e pedindo ajuda para esse Governo, desgovernado, responder de
uma Secretaria para a outra - essa é a grande verdade. Se eu trouxesse aqui o
Diário Gaúcho, veríamos que há uma página inteira dizendo que é um “joga para
lá e para cá”, e a comunidade, a escola... a escola continua em um prédio de
madeira que foi ganho no Orçamento Participativo já há alguns anos. Assim
também é a reconstrução da Escola Municipal Infantil da Vila Tronco. A E.M.I.
da Vila Tronco também está em um prédio alugado há dois anos, atendendo vinte
crianças a menos, crianças lá da Tronco, de zero a seis anos. Este ano recém
tramitam os documentos de compra de um terreno. Com relação a todas essas
Emendas, Ver. Garcia, a SMED afirma que tem recursos e que quer fazer, que vai
fazer, e já estão gravadas no Orçamento Participativo... eu não compreendo por
que não podemos consolidar no Orçamento...
O
Sr. Professor Garcia: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Sofia Cavedon, V. Exª
foi, durante muitos anos, Secretária de Educação, V. Exª defende tanto quanto
eu o Orçamento Participativo. Eu pergunto: é legitimo Vereador querer carimbar
algo que já foi decidido pelo Orçamento Participativo, para chegar e dizer para
a população – e desculpe o termo que eu vou usar –, iludir a população,
dizendo: “Essa é uma iniciativa minha”? Não, nós temos que fazer o contrário,
Vereadora, essa foi uma iniciativa daquela população que lutou pela demanda do
Orçamento Participativo, e vai, sim, no momento adequado, ganhar aquela demanda.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Ver.
Garcia, eu jamais agiria desta forma, porque eu aprendi com o povo a respeitar
as suas deliberações. O problema é que as demandas do Orçamento Participativo
recebem respostas evasivas ano após ano. Eu vou trazer outro exemplo aqui: a
terceira Emenda que fiz foi para o Projeto, o Projeto do novo prédio do Centro
Municipal de Educação de Trabalhadores, CEMET, para o qual ontem votamos a FG
para vice-diretor, e o senhor elogiou aqui a escola. Só para desenvolver o
Projeto, uma escola que luta no Orçamento Participativo há três, quatro anos,
para reconstrução de seu prédio, que está agora gravando o seu terreno. Ora, a
Vereadora em questão não vai se apropriar da luta da escola, a Vereadora está
pautada pela comunidade para ajudar a determinar o prazo com o Executivo.
Ontem, eu estive no Fórum de Delegados das Ilhas, uma reunião chamada por
lideranças, em que a pauta inteira foi o profundo desrespeito que o Governo tem
para com o Fórum de Delegados, para com o delegado eleito, para com o
representante eleito do Orçamento Participativo, e para com a reunião desse
Fórum. São reuniões itinerantes nas ilhas, e ontem foi realizada na Ilha do
Pavão. E o coordenador do CAR marcou outra reunião no mesmo horário,
desrespeitando e dizendo que tem que ser onde e como ele quer. Não há
atendimento às demandas cotidianas dos serviços. E mais, Ver. Professor Garcia
- por isso se justifica a ação dos Vereadores –, com relação às duas creches
que estão prometidas para 15 dias, nas ilhas, no que se refere à creche da Ilha
das Flores, que tem terreno gravado, o Governo fez várias reuniões, a
Primeira-Dama – uma distorção na visão do Orçamento Participativo - prometeu a
creche para este ano – prometeu, Ver. Garcia -, e o Fórum de Delegados descobriu
agora que aquele terreno até em questão judicial está.
Encerro
dizendo que as duas creches, o Pavãozinho e Flores, estão, sim, gravadas no OP;
estão, sim, prometidas e reprometidas, e o povo não tem respostas objetivas;
tem é enganação e desrespeito desse Governo para com o Fórum de Delegados. E
nesta Casa se desrespeita a oposição, porque nem assinar as Emendas para
destacá-las, sequer para discuti-las, a base do Governo, que é maioria, que
quer patrolar, permite. Nem ouvir as críticas eles querem. Isso não é Governo
democrático, muito menos Governo que respeita o Orçamento Participativo!
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada,
Verª Sofia Cavedon.
O
Ver. Valdir Caetano está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente.
Passamos
à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. Nº 9163/07 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº
005/07, de autoria dos Vereadores Maria Celeste, Maristela
Meneghetti, Neuza Canabarro, Alceu Brasinha, João Carlos Nedel, Aldacir Oliboni
e outros, que altera dispositivos da Lei Orgânica do Município de Porto
Alegre.(adequação da LOM ao Regimento da CMPA.)
PROC. Nº 9171/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 086/07, de autoria da Mesa Diretora, que altera a Resolução nº 1.178, de 16 de
julho de 1992 – Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre -, e alterações
posteriores.
2ª SESSÃO
PROC. Nº 7923/07 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
LEGISLATIVO Nº 024/07, de autoria do Ver. Carlos
Todeschini, que institui o Programa de Substituição Progressiva da Utilização
do Óleo Diesel Convencional e da Mistura Óleo Diesel/Biodiesel – B2 – pelo
Biodiesel – B100 – nos Ônibus e nos Lotações do Sistema de Transporte Público
de Passageiros de Porto Alegre e dá outras providências.
PROC. Nº 9056/07 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO
Nº 011/07, que altera a redação do parágrafo 3º do art. 68 da
Lei Complementar nº 133, de 31 de
dezembro de 1985, introduzido pela Lei Complementar nº 549, de 09 de maio de 2006, que trata da atribuição
de gratificações especiais a servidores detentores de cargo de provimento
efetivo do Município ou de outra esfera governamental, cedidos ao Município com
ônus para o órgão de origem.
3ª SESSÃO
PROC. Nº 8048/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 268/07, de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Ximango o logradouro
público cadastrado, conhecido como Rua 1042 – Loteamento Voluntários da Pátria
–, localizado no bairro Marcílio Dias. (Este
projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar
será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)
PROC. Nº 8311/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 280/07, de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Acerola o logradouro
público cadastrado, conhecido como Rua 4006 – Vila Orfanotrófio I -, localizado
no bairro Teresópolis. (Este projeto com
parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será
considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)
PROC. Nº 8312/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 281/07, de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Amora o logradouro
público cadastrado, conhecido como Rua 4007 – Vila Orfanotrófio I –, localizado
no bairro Teresópolis. (Este projeto com
parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será
considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)
PROC. Nº 8000/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 250/07, de autoria do Ver. Dr. Raul, que altera o “caput” e os §§ 1º, 2º e 3º e
acrescenta § 4º no art. 6º da Lei nº 7.579, de 3 de janeiro de 1995, dispondo
acerca da incidência das vantagens funcionais e dos reajustes sobre a Parcela
Autônoma dos servidores da Secretaria Municipal de Saúde, da incorporação dessa
Parcela aos vencimentos e proventos e de seu cômputo para efeitos de
aposentadoria e de apuração do 13º salário.
PROC. Nº 8823/07 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 030/07, que altera o “caput” do art. 2º da Lei nº 9.926, de 09 de janeiro de
2006, que autoriza a alienação de próprios, mediante investidura, destinando
recursos à implantação de programas habitacionais e equipamentos de caráter
social, e dá outras providências.
PROC. Nº 5730/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 261/06, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que inclui § 3º no art. 71 da Lei nº
6.309, de 28 de dezembro de 1988, e alterações posteriores, que estabelece o
Plano de Carreira dos Funcionários da Administração Centralizada do Município,
dispõe sobre o Plano de Pagamento e dá outras providências, assegurando aos funcionários
do Hospital de Pronto-Socorro, depois de cumpridos 15 (quinze) anos de
exercício ininterrupto em regime de plantão, o direito de incorporar
gratificação aos seus proventos.
PROC. Nº 9048/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 084/07, de autoria da Mesa Diretora, que extingue os cargos em comissão de
Auxiliar Parlamentar, de Assistente Parlamentar, de Atendente de Gabinete
Parlamentar A, de Atendente de Gabinete Parlamentar B e de Oficial de Gabinete
Parlamentar e cria os cargos em comissão de Assessor do Gabinete da
Presidência, de Assessor Comunitário I e II e de Assessor Parlamentar de
Gabinete I e II, todos do Quadro de Funções Gratificadas, constante do art. 20
da Lei nº 5.811, de 8 de dezembro de 1986, e alterações posteriores, que
estabelece o Sistema de Classificação de Cargos e Funções da Câmara Municipal
Porto Alegre e dá outras providências, inclui arts. 20-A e 20-B nesta Lei,
dispondo sobre a estrutura de cargos por Gabinete de Vereador, e revoga a
Resolução nº 1.604, de 21 de dezembro de 2001.
4ª SESSÃO
PROC. Nº 8564/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 082/07, de autoria da Mesa Diretora, que altera o art. 30 da Lei nº 5.811, de 8
de dezembro de 1986, e alterações posteriores, que estabelece o Sistema de
Classificação de Cargos e Funções da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá
outras providências, alterando o cálculo da verba de representação dos Cargos
de Direção e de Procurador-Geral da Câmara Municipal Porto Alegre.
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O
Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Boa-tarde
a todos, Srª Presidenta dos trabalhos, Verª Neuza Canabarro; Srs. Vereadores e
Sras Vereadoras, comunidade que nos acompanha, lutando pela
sua moradia, tenha a nossa solidariedade.
Nós queremos, neste tempo de discussão preliminar
de Pauta, voltar a um debate importante da Sessão de ontem, em que houve uma
primeira manifestação de minha parte e depois uma posição contrária do Ver.
João Dib com relação ao Projeto de autoria do Ver. Carlos Todeschini. O Projeto
do Ver. Todeschini determina que, durante um certo período, progressivamente,
se comece utilizando, depois se intensifica, a utilização do biodiesel nos
ônibus do transporte coletivo da nossa Capital. E, relembrando as palavras de
ontem, eu tive a oportunidade de acompanhar, na empresa em que eu estava
cedido, no último período antes de voltar a esta Casa, esse processo da
produção do biocombustível no nosso País. Acho que é uma medida muito
importante a que foi tomada pelo Governo do Presidente Lula, porque atinge
positivamente vários aspectos. O primeiro é a possibilidade de gerar muito
trabalho e renda ao longo do nosso País. E como há um incentivo às indústrias
que utilizarem as oleaginosas de produção do pequeno e microprodutor, isso vai
fazer com que exatamente esses produtores pequenos e micro tenham a
possibilidade de muito trabalho e renda, coisa que é difícil uma família de
agricultores se manter com a dificuldade da produção, do escoamento da sua
produção e assim por diante. Esse é um Projeto que, através desse incentivo
para as indústrias, vai garantir a produção e a compra dessa produção. Em
segundo lugar, um aspecto positivo, ao utilizar o biodiesel nós estaremos
diminuindo muito a poluição nas cidades, principalmente das grandes cidades
como a nossa. Em terceiro lugar, na medida em que nós vamos ter um combustível
que é vindo de um produto renovável, nós vamos poder diminuir a nossa
dependência do petróleo, apesar de que, felizmente, a Petrobrás descobriu,
agora, mais da metade do que nós sabíamos que tínhamos no Brasil, mas podemos
guardá-lo, podemos deixar como um processo de segurança o nosso petróleo.
Porque sabemos que o petróleo não tem volta, gastou, gastou, nunca mais nós
vamos ter petróleo de novo. Então, tudo isso é processo importante, foi um
grande gol, foi um golaço que fez o Governo Federal ao estruturar o programa de
biodiesel do Brasil. A gente sabe que as metas são, em 2008, adicionar 2% de
biodiesel no diesel que vem do petróleo; em 2013, adicionar 5%, e aí vai num
crescente. Mas como a produção cresceu muito no Brasil, o Governo Federal já
quer antecipar aquela meta de 2013 para agora, 2008, porque a resposta de
produção do biodiesel foi muito grande. O Brasil, para quem não sabe, porque
tem a possibilidade da cultura, pode fazer o biodiesel da mamona, da soja, do
amendoim, do nabo, do dendê, da palma, e assim por diante; no Norte há outras
culturas também.
O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado pelo aparte, Ver. Guilherme.
Corroborando na direção do seu pronunciamento, porque o Brasil é um País
singular. Nós somos o maior manancial mundial de energia renovável e de energia
de biomassa, que é todo o ProÁlcool, que é um programa vencedor, de referência
mundial, inclusive responsável em grande parte por nossas exportações e por exportações
da indústria de maquinário e de tecnologia do álcool de cana, de um lado; mas,
de outro lado, todo o manancial dos chamados combustíveis eficientes, que são o
biodiesel, basicamente, e suas variações, para a movimentação da frota pesada
como ônibus e caminhões, locomotivas e motores estacionários, em que o Brasil
tem um potencial gigantesco... Nós aprovamos aqui, no ano passado, a
obrigatoriedade de Porto Alegre ter toda a frota pública, concessionária ou
particular, movida pelo B2. O Governo Municipal não está cumprindo esta
determinação de lei, e nós podemos, pela oferta que se tem de mercado,
antecipar o B100 dentro de um período de cinco anos, o que virá em benefício da
sustentabilidade e da geração de emprego e renda e do futuro da preservação do
meio ambiente e do planeta.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Trata-se de um
Projeto interessante, importante para a Cidade e importante para os pequenos e
micro-empreendedores rurais. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Ver. Guilherme Barbosa.
O Ver. João Antonio Dib está com
a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver. Newton Braga Rosa está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. NEWTON
BRAGA ROSA: Srª Presidenta, Verª Neuza Canabarro; prezados colegas Vereadoras e
Vereadores, eu gostaria de fazer referência ao Projeto que trata do
Desenvolvimento Socioeconômico da cidade de Porto Alegre. Eu gostaria de
registrar que, ontem, houve um evento promovido por várias entidades -
inclusive o Executivo Municipal - chamado Perspectivas 2008, em que
Universidade, Governo e segmento empresarial se debruçaram sobre alguns
problemas da Cidade em busca de uma solução. Mais uma vez aparece o tema de que
Porto Alegre é uma cidade em busca de uma identidade. Por exemplo, quando se
fala em Milão as pessoas lembram de moda e design.
Se citarem Paris, lembram turismo, e assim por diante. Porto Alegre não pode
simplesmente se dizer uma cidade de serviços, porque atualmente todas as
grandes cidades do mundo são de serviços; tem que ser um pouco mais específico.
E, nesse contexto, apareceu mais uma vez a alta tecnologia.
Então, fica aqui o meu registro
àqueles projetos que pautam o desenvolvimento econômico em Porto Alegre. Nós
temos uma discussão do Plano Diretor pela frente e não podemos, em hipótese
alguma, esquecer da busca da vocação desta Cidade não pensado na solução dos
problemas de hoje, mas, sim, dos problemas do futuro. Porto Alegre precisa de
uma definição mais clara da sua posição e das suas vantagens comparativas nesse
cenário globalizado. Muito obrigado pela atenção.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para
discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Srª Presidenta
dos trabalhos, Verª Neuza Canabarro; demais Vereadores e Vereadoras, público
presente, em especial a comunidade das Três Figueiras; ocupação do Montepio,
que também luta pela negociação e permanência na área já habitada, a minha
saudação e o desejo de um desfecho de sucesso aqui nesta Sessão, pois há uma
ordem judicial para o despejo, e esperamos reverter isso.
Venho falar aqui do nosso Projeto, que institui o
Programa de Substituição Progressiva da utilização do biodiesel ao óleo diesel
convencional, passando do B2 para o B100. O B2, hoje, já é Lei no Município de
Porto Alegre. Em cinco anos, o Projeto prevê a inclusão da totalidade de
biodiesel para a movimentação da frota pública e concessionária.
E isso ocorre no momento em que um terço, pelo
menos, das notícias mundiais dão conta de que o aquecimento global e a queima
de combustíveis fósseis vão gerar uma alteração no meio ambiente e no clima, a
ponto de gerar, inclusive, os primeiros flagelados ambientais do mundo. Há uma
ilha nas proximidades da Indonésia que foi tomada pelas águas, devido à
elevação do nível dos mares. Temos inúmeras outras alterações climáticas
visíveis, com secas, estiagens violentas de um lado e com tempestades, furacões,
inclusive, presentes aqui no nosso Estado, como nós tivemos na costa do Rio
Uruguai, nos últimos trinta, quarenta dias, dois ou três eventos
significativos. E o remédio para isso é, sem dúvida, a diminuição de
combustíveis fósseis e a menor eliminação, principalmente, de CO2, como o gás
causador do efeito estufa e do aquecimento global.
Pois bem, além disso, que é o principal, em 1901,
quando Rudolf Diesel inventou o motor diesel, esse primeiro motor foi
movimentado a óleo de amendoim. E Diesel dizia: “A possibilidade de
movimentação da frota a óleo de amendoim vai gerar alternativas para a prática
de agricultura, onde a inclusão social, a geração de emprego e renda serão
importantíssimas para o
futuro de toda humanidade, pois isso vai gerar inúmeras e inimagináveis
possibilidades para toda a sociedade”. No entanto, ao longo desse período, com
o poderio do petróleo e a possibilidade de extrair o combustível, o diesel
convencional do petróleo, toda a tecnologia e toda a política se voltaram para
o uso do petróleo, do diesel de petróleo, que são combustíveis fáceis, porque
por muito tempo foi bastante barato e vantajoso. Isso, no entanto, num período
em que o petróleo está com preços praticados em torno de 100 dólares o barril,
ao contrário daquela época em que o preço era menos de um ou dois dólares o
barril. A alternativa do biodiesel não só é uma necessidade ambiental inadiável
como é uma grande oportunidade para a inclusão social, geração de renda,
estímulo e sustentabilidade tanto ambiental como econômica para os micros,
pequenos e médios produtores, pois ela é uma alternativa que possibilita o
consorciamento de inúmeras culturas como o milho, a mamona, o abacate, a palma,
o amendoim, a soja, bem como todas as oleaginosas produtoras de óleo, depois de
suprida a alimentação humana, para combustível. Combustível limpo e renovável
que faz bem ao planeta, à economia, à sustentabilidade dos homens e das
mulheres e, sobretudo, à preservação do meio ambiente, que é a nossa casa
enquanto seres vivos e todos os demais meios e modos de vida animais e vegetais
existentes sobre o nosso planeta. Então, essa é uma alternativa que se
apresenta como não só real, mas viável, porque a oferta e a possibilidade já
são uma realidade. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada,
Ver. Carlos Todeschini.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. ADELI SELL: Srª
Presidenta, Verª Neuza Canabarro; colegas Vereadoras, Vereadores, cidadãos,
cidadãs, moradores da Zona Sul que nos visitam com seus problemas de moradia,
uma saudação especial por sua luta. Eu tenho certeza de que as comunidades
unidas, junto com os Vereadores, vão conseguir resolver esses e outros
problemas, pois essa é a nossa função.
Neste
momento, nós estamos discutindo os Projetos de alguns Vereadores, que ingressam
agora para a nossa análise. Farei análise, como já fiz ontem, do Projeto do
Ver. Todeschini, sobre a utilização do biodiesel. Na verdade, Ver. Todeschini,
o que deveria ter existido é a iniciativa dos Poderes Executivos do Município e
do Estado, se colocando na linha de frente, Ver. João Dib, começando processos
lentos e graduais de utilização deste combustível. Nós sabemos que o grande
problema é a poluição do ar, que tem aumentado em nossa Cidade. Pois, então, se
nós pudermos usar um combustível que diminua o impacto no meio ambiente, nós
devemos fazê-lo, mostrando para outras cidades e para o mundo como se pode
construir uma cidade verdadeiramente sustentável ecologicamente.
Nós
também temos, neste momento, nos nossos debates, Ver. Guilherme, a questão da
ampliação do metrô, com a ampliação da Linha 1 até Novo Hamburgo e com a
construção da Linha 2 em Porto Alegre, que poderá perfazer 13 quilômetros e
meio, saindo do Centro e indo até o campus da UFRGS, beirando a Estrada João de
Oliveira Remião, portanto, uma grande facilidade de transporte coletivo de
massa na nossa Cidade. O que hoje tem que ser enfrentado é esse acúmulo de
automóveis particulares, por isso nós precisamos valorizar, sistematicamente, o
transporte coletivo. E é por isso que nós temos que testar, gradativamente, o
biodiesel e todas as formas de biodiesel, inclusive a questão da reutilização
do óleo de cozinha, o que já é feito em algumas cidades. Hoje o DMLU tem 34
postos de recolhimento de óleo de cozinha. Poderíamos e deveríamos ter mais. Eu
gostaria de ver, nos próximos dias, numa parceria entre o DMLU e a Câmara, um
espaço para receber o óleo de cozinha aqui na Casa, para que a gente trouxesse
de todo entorno, fizesse uma ampla campanha, porque a PUC e outras instituições
já têm mecanismos de transformar o óleo de fritura, o óleo de cozinha, que
muitas vezes se joga no ralo, em biocombustível ou, como na Escola Municipal
Aramy Silva, na pobre Cristal, onde se faz sabão para que as famílias pobres
possam lavar suas roupas.
Portanto,
aqui está um Projeto, Ver. Todeschini, que merece toda nossa atenção e apoio.
Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª
Presidenta, Verª Neuza Canabarro; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
em Sessão de Pauta dois Projetos da Mesa.
No
material distribuído aos Vereadores, nos avulsos, como nós chamamos, diz que
nós estamos na XIV Legislatura. Ora, se a Câmara tem 234 anos, por que estamos
na XIV Legislatura? É que exatamente há 70 anos, em 1937, a Câmara, no Estado
Novo, foi fechada e ficou fechada durante 10 anos. Em 1947 reabriu, no dia 4 de
dezembro, lá no Salão Nobre da Prefeitura, onde funcionou por algum tempo, até
ser levada ao 14º andar. Por isso estamos na XIV Legislatura.
E
é claro que, ao longo desse tempo, a Lei Orgânica foi sendo alterada. A
primeira alteração, depois de 1947, saiu em 1948; depois foi alterada na década
de 70, depois em 90, quando foi feita a nova Constituição de 1988, que chamam
de Constituição Cidadã - não sei se é tão cidadã, porque continuam fazendo
alterações -, e a Mesa agora está propondo uma série de pequenas alterações,
adaptando a Lei Orgânica à atualidade.
Aqui
no art. 68 diz que o Vereador não perderá seu mandato quando investido no cargo
de Prefeito. Quando eu assumi a Prefeitura, em 1983, tive que renunciar ao meu
mandato de Vereador. Não estava incluído esse texto que eu não teria que
renunciar; se assim fosse, eu sairia da Prefeitura e continuaria Vereador.
Também está alterado o prazo no art. 81 para que os projetos de lei possam ser
votados sem pareceres. Eu acho que de 30 para 45 dias é uma melhora, mas eu gostaria
mais que fossem 60 dias, porque nós temos seis Comissões, e os Projetos que
devem passar em seis Comissões não conseguem vencer a Pauta, que são em três
Sessões, e, depois vão para a Procuradoria dar o seu Parecer. E, em 60 dias,
talvez consigam ser votados.
As
alterações do Regimento Interno são feitas para adaptar algumas alterações da
Lei Orgânica, especialmente a Tribuna Popular, que é feita duas ou três vezes
por semana e passará a ser feita apenas duas vezes por semana.
Também
alerta para a Tribuna Popular, que pode ser realizada na frente da Prefeitura.
Existe um Decreto disciplinando a Tribuna Popular na frente da Prefeitura, na
Praça Montevidéu, uma vez a cada quinzena, e, até agora, apenas uma Tribuna foi
realizada ali.
Eu
quero elogiar o Ver. Todeschini pela sua preocupação com o biodiesel, mas eu
vou dizer de novo: considero prematuro seu Projeto de Lei, uma vez que lei deve
ser fruto da razão, da experiência e da luz. E digo mais: o art. 4º do seu
Projeto de Lei, quando estabelece o incentivo fiscal para aproveitamento do
biodiesel, está contrariando a Lei Orgânica, que diz que deve ter incentivo
fiscal por prazo definido. Ao mesmo tempo, a Lei de Responsabilidade Fiscal diz
que, se eu estou dando incentivo, eu devo ter uma outra fonte de receita para
compensar o incentivo, e isto não está acontecendo. Então eu acho que um prazo,
inclusive, de 48 meses ou 60 meses para colocar em funcionamento o Projeto, me
parece exíguo, acho que não vai acontecer. Portanto, louvo a iniciativa, mas não
aceito os prazos e também as condições de incentivo. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Dr. Goulart está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. DR. GOULART: Senhora
muito querida Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, estou chegando agora no plenário. Eu tinha pedido para a minha
Bancada para falar a respeito do Pronto Socorro Municipal, porque o Pronto
Socorro Municipal “se aposentou”; alguns médicos faleceram, outros se
aposentaram, outros se demitiram, e ele está cada vez com menos médicos. Nós
vamos ter que tomar uma providência, aqui, a Câmara, porque quem usa o Pronto
Socorro sou eu, és tu, são os senhores, é o dono da maior fortuna de Porto
Alegre; todo o mundo usa o Pronto Socorro. Eu vou voltar a falar nisso.
Eu
estou chegando agora de uma reunião do DEMHAB. A Dona Aline me procurou para
falar sobre a questão da área da Vila Nova, e eu acho que a reunião foi
extremamente proveitosa.
Nós
temos na Vila Nova uma área de 7 mil e 100 metros quadrados que pertencia ao
Montepio dos municipários, e nessa área existem pessoas que compraram terrenos
e fizeram casas, e existem pessoas que ocuparam alguns terrenos nessa área. E
existe, ao lado, uma outra área verde que também foi ocupada, bem ao lado dessa
área. Nessa área, o representante é o Seu Valmor, que sabe da ocupação feita
por pessoas que precisavam de terreno para morar numa área verde.
Então,
é bom que esses assuntos sejam trazidos para a Câmara para que exista um
acompanhamento político, para que exista uma pressão política, mas quem resolve
isso é o DEMHAB. Nós podemos fazer pressão política, conforme a Dona Aline me
pediu; posso fazer, mas não sou eu quem decide, sequer é a Justiça que decide;
quem decide isso é o Secretário. E o que ele está encaminhando, agora, com o
grupo de moradores que ali está no DEMHAB? Está pedindo uma ordem para que
aquela área seja de Interesse Social. Então, não haverá mais saída de ninguém
daquela área, porque não pode! (Palmas.) A partir de amanhã, passa a ser Área
de Interesse Social, e o DEMHAB estará negociando com o Montepio. Portanto, os
moradores não precisam mais, por enquanto, ter advogados. Têm que discutir com
o Secretário do DMAE para que essa negociação com o Montepio, que deve para a
Prefeitura uma fortuna imensa, regularize a posição e a casa sagrada dos
senhores. (Palmas.)
Quanto
à zona verde, que foi ocupada, é outro assunto. Este assunto é direto com a
Prefeitura, também. Nós Vereadores podemos fazer pressão política, podemos
ajudar. O Sr. Valmor está fazendo uma Comissão, como terá a Comissão dos
senhores para o lado do Montepio, para a área verde, onde a Prefeitura também
tem interesse de regulamentar. Porque em relação àquela área verde, do lado, há
o seguinte princípio: o DEMHAB não tira a casa de ninguém; ele tem que dar casa
para as pessoas. (Palmas.) Portanto, fico feliz que o Espírito Santo tenha me
permitido trazer uma boa notícia para os porto-alegrenses que manterão as suas
casas. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. ADELI SELL: Verª
Maria Celeste, M.D. Presidenta desta Casa; meus caros colegas Oliboni,
Guilherme Barbosa, Margarete Moraes, Carlos Todeschini, falo em nome da Bancada
do PT - Partido dos Trabalhadores. Nós fizemos oposição aqui nesta Casa de
forma muito responsável. Quando estávamos no Governo, não era necessário
mobilizar, muito menos sapatear e gritar para ser atendido no Departamento
Municipal de Habitação da Prefeitura: os nossos Secretários e Diretores iam às
comunidades. Estão aqui vários dos nossos Vereadores que foram Secretários e
faziam isso sistematicamente. Fico lisonjeado quando vejo um Vereador
da base do Governo falar de dois temas dos quais o seu Partido tem a
titularidade. Porque mostra que é preciso gritar. A própria situação aqui
acabou de fazer isso.
Agora, nós vamos continuar vigilantes, nosso papel
é de fiscalização, e nós estaremos com os moradores que estão aqui presentes ou
com aquelas comunidades que estão sendo espezinhadas pelo Poder Público
Municipal, por esse Governo, não sendo atendidas na Prefeitura, no DEMHAB, seja
onde for. Nós estamos solidários, porque cabe, como já foi dito aqui, ao
Departamento Municipal de Habitação se adiantar ao problema, ir ao encontro da
população e buscar a garantia de que as pessoas continuem a viver nos lugares
onde estão morando. Em caso de área de risco é o Poder Público, é a Prefeitura,
é o Prefeito, é o Secretário que tem que ir à frente, ir junto com as pessoas e
garantir a tranqüilidade da sua moradia.
Nós estamos vivendo momentos dramáticos em Porto
Alegre. Se as senhoras e os senhores pudessem abrir aquilo que se chama Diário
Oficial da Prefeitura e ver os gastos astronômicos que são feitos em
propaganda, em pagamento de serviços terceirizados, de duvidosa competência, em
pagamento de consultorias que não servem para nada – para nada, absolutamente
nada! –, vocês estariam aqui com mais faixas, estariam mais revoltados, porque,
quando falta casa, quando falta asfalto para tapar os buracos da Cidade, quando
faltam as lâmpadas para acabar com a escuridão, põe-se dinheiro pelo ralo. A
Secretaria Municipal da Juventude - que deveria ter formado jovens como alguns
que estão aqui que não concluíram o Ensino Fundamental - deveria ter formado 7
mil e 200 jovens Hoje, ao gastar 10 milhões e 380 mil reais, não deu
certificado para 700 pessoas. Como perguntar não ofende, eu pergunto: quantas
casas nós poderíamos ter construído com esse dinheiro? Quantas lâmpadas
poderiam ter sido repostas? Quantos buracos poderiam ter sido tapados?
Esse Governo gasta, gasta e gasta mal. Mas nós aqui
temos oposição que cobra, é vigilante, que não se dobra e não se amedronta. Por
isso, em nome da minha Bancada, a Bancada do Partido dos Trabalhadores, presto
minha solidariedade à sua luta, à sua batalha, porque nós queremos moradia
digna para todos, nós queremos que as pessoas não sejam enxotadas, porque o
povo merece ter uma moradia digna, garantia de saúde, educação e merece ter um
trabalho. Por isso nós estamos aqui, não nos calaremos, lutaremos com as
senhoras, com os senhores, com os jovens, com as crianças e com os idosos até a
vitória. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
quem tem razão não precisa gritar! Vou oferecer ao meu querido amigo Adeli Sell
uma pastilha para a garganta, porque ele ficou um pouquinho rouco. E eu não
quero isso, ele precisa dessa voz maravilhosa para cantar as coisas boas da
Cidade.
Eu
ouvi o Ver. Adeli Sell falar em serviços terceirizados. Eu fui Prefeito da
Cidade, e a Câmara fez uma Lei proibindo a terceirização dos serviços na
Prefeitura, e eu não tive nenhuma dúvida: sancionei a Lei e não terceirizei
serviços. Portanto, a Lei existia, e aí chegou a Administração do Ver. Adeli
Sell, a Administração dos Vereadores do PT, que começou a terceirizar serviços
como nunca havia acontecido na Prefeitura, com a Lei proibindo. Depois de
vários anos, pediram para derrogar a Lei, tornaram a Lei sem efeito; mas por
vários anos terceirizaram o serviço, como no Departamento Municipal de Limpeza
Urbana, que foi todo terceirizado, e havia a Lei Municipal que proibia a
terceirização. E agora ele vai à tribuna, perde a voz gritando contra a
terceirização, e aí fala contra a publicidade.
A
primeira Emenda popular aprovada nesta Casa foi da UAMPA e cortava 100 mil
cruzeiros, não sei se foi esse o valor exato, mas cortou uma importância X da
verba de publicidade do Gabinete do Prefeito Tarso Fernando Genro. Ele não teve
problema: fez uma suplementação de publicidade de 13,206%!
Ontem,
eu ouvia a TV Senado, falava o Senador Mário Couto, que comentava da
publicidade do Presidente Lula; eram centenas de milhões de reais! Ele
esqueceu, Ver. Adeli Sell, da publicidade do Cidade Viva; esqueceu! É verdade
que o Senador, ontem, também falava das viagens feitas pelo Presidente Lula e
suas comitivas, no ano de 2006 - mais de 1 bilhão e 300 milhões de reais
custaram ao País as viagens do Presidente. Claro que sem contar aqueles
cancelamentos de dívidas para os países da África; e não ajuda o Rio Grande do
Sul, pagando as dívidas que a União tem para com o Estado; ele não paga. E os
estudos foram feitos por Arno Augustin - pessoa que considero extremamente
correta.
Mas
nós tínhamos o representante do Prefeito na Administração petista, que era o
Adauto Vasconcelos - e o Arno Augustin era o Secretário da Fazenda -, que dizia
que o Arno Augustin era uma pessoa muito, muito boa, que se alguém pedisse um
dinheiro que fosse dele, era capaz de dar; mas que se pedisse um dinheiro da
Prefeitura, ele não dava. Então acho que é isso que está acontecendo: o Rio
Grande do Sul não está pedindo nada para o Arno Augustin, pessoa física, mas
está pedindo para o Secretário da Receita responsável pelos recursos da União.
Está pedindo que aquele estudo feito pelo Arno Augustin, cobrando da União,
seja pago pelo Arno Augustin, agora Secretário da Receita; e ele não quer
pagar.
Espero
que o Ministro dos Transportes hoje, em uma das viagens do Presidente da
República, consiga - ao longo dessa viagem em que ele conseguiu uma audiência
de 15 minutos - convencer o Presidente da República a pagar a dívida para o
Estado do Rio Grande do Sul. E aí, então, o Ver. Adeli Sell irá à tribuna e vai
ter toda razão, não precisará gritar, não perderá a voz, eu não precisarei oferecer
pastilha para garganta porque ele vai tecer loas ao Presidente que pagou a sua
conta para com o Rio Grande do Sul. E eu também baterei palmas para o Ver.
Adeli Sell, porque o Presidente Lula entrou no bom caminho, não só gastou em
publicidade, não só gastou em viagem, não só perdoou dívidas de países
estrangeiros, mas também pagou dívidas da União para com o Estado do Rio Grande
do Sul. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma
Srª Presidenta da nossa Casa, M.D. Verª Maria Celeste; nobres Vereadores,
Vereadoras, povo que nos assiste hoje, em nome do Democratas, estou usando a
liderança do Partido. Sejam bem-vindos nessa justa reclamação deste País que
arrecada, só arrecada, e arrecada imposto e mais imposto, em que o serviço de
volta pelo imposto não presta e não é prestado à comunidade que precisa. Há 20
anos, 30 anos, 20% se pagava de impostos neste País; hoje, mais de 40% são
pagos em troca de não termos Saúde, em troca de não termos 8 milhões de
habitações necessárias para cobrirmos o déficit e mais 15 milhões de habitações
sem condições mínimas de habitabilidade. O Partido do Democratas é ético, é
contra o aumento de impostos no Município, é contra o aumento de qualquer
imposto no Estado, é contra qualquer imposto na Nação, na União. Nós precisamos
é que o imposto seja bem aplicado, que o imposto não seja jogado para cima. Se
nós acabássemos com um terço dessa corrupção que nós temos hoje, foi calculado,
em um ano resolveríamos a crise habitacional do nosso País; em um ano
resolveríamos a falta de hospitais em nosso País. Não adianta querer cobrar
impostos, mais impostos, para querer aumentar, cada vez mais, a corrupção,
para, cada vez mais, criar mais ministérios, mais secretarias, mais CCs, pois o
básico que é o emprego - a dignidade do povo brasileiro - está longe de ser
atendido, meus senhores.
O
jornal de hoje traz um comparativo: o que era Porto Alegre e a Região
Metropolitana há 20 anos e o que ela é hoje quanto ao saneamento básico. Os
senhores que estão aqui presentes muito bem sabem das dificuldades de termos
uma moradia digna, quanto ao saneamento básico.
Em
1990, há 20 anos, Porto Alegre e a Região Metropolitana tinham 20% da população
assistida com saneamento básico, está no jornal Zero Hora de hoje; atualmente,
apenas 10% das pessoas. Não sei se aumentou tanto a população, ou se não se fez
nada nesses 20 anos, com relação ao saneamento básico.
O
Governo atual, sim, está num projeto ousado para buscarmos essa defasagem que
estamos sentindo. Agora é chegado o momento de resgatarmos o que o Ver. Dib
falou.
Hoje,
1/3 do imposto da União representam – ou seja, 12% dos impostos do Brasil, que
são 36% - muito mais do que todos os Governadores do Brasil arrecadam de
impostos, e todas as Prefeituras municipais arrecadam de impostos. ???
E
são as Prefeituras e os Estados os responsáveis para dar o atendimento básico à
população necessitada. Saúde, habitação, saneamento.
O
Presidente da República, ainda esta semana, falou, preocupado, sobre o
saneamento básico, que vai passar para os Municípios fazerem, e, com certeza,
não vai mandar dinheiro, não; só vai dizer para os Municípios que terão de
fazer.
O
Estado do Rio Grande do Sul encontra-se em tremendas dificuldades financeiras.
Em 1964, a dívida do Estado perante a União foi zerada, e hoje está impagável;
um bilhão por ano só de juros da dívida, e o Governo Federal não repassa para o
Estado os recursos devidos para podermos fazer as reformas necessárias. O
Congresso Nacional vai tomar uma atitude muito séria nesses próximos dias,
tornar permanente a CPMF, ou vamos tomar uma posição de cidadania, de acabarmos
com esse festival de impostos para o Governo Central. Temos de lutar para que
esse imposto fique aqui, porque nós é que o recolhemos, nós é que o pagamos,
principalmente, a CPMF.
Aquele
que está na fila no hospital paga CPMF; aquele que compra um litro de leite
paga CPMF; aquele que pega o ônibus paga a CPMF; não é apenas aquele pequeno
valor que é colocado na conta do banco que o Governo também recebe.
Temos
de dar um basta nisso. Esse dinheiro tem de ficar no Município, no Estado,
gerando renda, gerando impostos aplicáveis no Estado e no Município, e não levando
lá para a metrópole, para a União, porque de lá, de volta, não vem nada. Vem
apenas uma migalha de 600 milhões para a nossa Saúde.
Nós precisamos de muita coisa, gente, mas,
principalmente, nós precisamos mais é de habitação, de saúde, de segurança, de saneamento
básico. Isso só será feito se nós não formos exauridos no nosso dinheiro, se
não for tirado o dinheiro daqui e levado para a metrópole de Brasília, e,
depois não vem nada, a não ser em troca de estendermos o “pires, chapéu na mão”
para pedirmos algum favor ao Sr. Presidente da República. É chegado o momento,
meus senhores, de nós pensarmos naqueles que realmente fazem para o atendimento
básico da população necessitada.
Esse ponto de interrogação eu deixo para que os senhores pensem e vejam.
Faço parte da CUTHAB. Vamos nos reunir daqui a pouco para vermos o problema dos
senhores; com certeza os senhores têm a solidariedade de todos os membros desta
Casa, porque isso está no programa de todos nós: casa justa para todos os
brasileiros. Muito obrigado, Srª Presidenta.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Convido a Verª Neuza
Canabarro para assumir os trabalhos.
Convido a comissão dos moradores da ocupação do Montepio para que se
dirijam ao Salão Nobre, onde iremos recebê-los, convidando também os Vereadores
e Vereadoras que assim o desejarem, especialmente os Vereadores que compõem a
Comissão de Habitação desta Casa.
O SR. MARIO FRAGA: Eu gostaria da atenção
das demais Lideranças desta Casa, dos Vereadores Adeli Sell, Dr. Goulart, Verª
Clênia. Este Vereador gostaria de participar dessa reunião que vai ocorrer no
Gabinete da Presidência. Não há possibilidade de nós fazermos essa reunião aqui
e agora, depois de as Lideranças se manifestarem? Porque participarão alguns
Vereadores e alguns moradores. Seria só uma idéia; se não for possível, não tem
problema, da minha parte.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A idéia, Vereador, é
podermos agilizar os trabalhos, portanto, eu estou convidando especialmente a
CUTHAB, que é a Comissão pertinente a esse tema, para que estejam juntos para
que possamos receber os moradores, ouvir as suas demandas e providenciar, junto
ao Executivo, os encaminhamentos. Com certeza, repassaremos para o plenário.
Não há problema nenhum, também, em suspendermos os trabalhos, mas acho que não
seria produtivo, Ver. Mario Fraga.
A
Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
(A Verª Neuza Canabarro assume a presidência dos
trabalhos)
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª
Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, queria coletivizar com
as senhoras e os senhores Vereadores o resultado de uma reunião em que vários
Vereadores desta Casa participaram, hoje, pela manhã, no DMAE, especificamente
no Projeto PISA - Projeto Integrado Socioambiental. Foi muito importante, mais
uma vez, poder debater com os técnicos do DMAE na medida em que o Presidente do
DMAE, o Engº Flávio Presser, encontra-se em Brasília procurando agilizar os
trâmites do Socioambiental entre o Governo Federal e o Banco Mundial, quanto à
remessa dos recursos aqui para o nosso Município. E nós, nesta oportunidade -
estava lá o Ver. Braz, também o Ver. Garcia, o Ver. Nedel -, pudemos inclusive
ver todas as projeções e as modificações previstas no Projeto Socioambiental e
as conseqüências extremamente positivas que são já projetadas, inclusive em
nível do computador, usando-se a tecnologia que mostra o que vai acontecer com
esta Cidade daqui a aproximadamente cinco anos. É muito emocionante vermos as
modificações, principalmente nesta área social, com as novas habitações para a
construção de mais de 1.500 casas; de nós vermos o assoreamento das áreas
alagadas, e, principalmente, podermos enxergar, no futuro, esta nova Porto
Alegre, no que se refere à questão do seu tratamento do esgoto. Hoje, Porto Alegre
tem apenas 27% de esgoto tratado; isso é uma coisa absurda! Sabemos que um dos
principais motivos das doenças originam-se das questões ambientais, das
questões da falta de saneamento, da questão da falta de esgoto.
O Projeto Socioambiental prevê elevar a mais de 77%
o tratamento de esgoto da nossa Capital. Acho que poder ver todo esforço feito
hoje pelo DMAE, poder discutir com os técnicos os avanços que já começam a
ocorrer na Cidade como fruto das negociações, do andamento do Projeto Socioambiental
foi uma questão extremamente estimulante. Ver que esse futuro, que nós sempre
sonhamos para a nossa Cidade, está mais perto.
Também queria compartilhar com as senhoras e com os
senhores Vereadores que não estavam ontem naquele ato extremamente simbólico,
extremamente significativo, do qual participamos na noite de ontem referente ao
avanço do processo democrático da nossa Cidade. A Prefeitura de Porto Alegre,
através da Secretaria de Governança, com a presença do Prefeito José Fogaça,
assinava, no dia de ontem, o primeiro pacto de governança regional do nosso
Município, buscando exatamente, através de uma parceria, a melhor qualidade de
vida e o desenvolvimento de ações na região que inclui os bairros Floresta,
Higienópolis, São João, São Geraldo, Navegantes e Humaitá.
A construção desse pacto de governança define as
co-responsabilidades da Prefeitura com as ONGs, com os empresários -
representavam mais de 30 empresas - que se definiam como pactuados na
construção dos benefícios para aquela comunidade. Por exemplo, a restauração da
Praça Júlio Andreotti, do fomento do comércio local, do incentivo de quatro
pólos econômicos que tratam dos interesses daquela região; toda uma luta pela
iluminação, pelo fim da pichação; a criação da Feira Arte, que ontem dava uma
demonstração extremamente criativa da sua população. E eu acho que esta
parceria significa um caminho novo de construção, de um novo jeito de governar,
uma maneira de compactuar os caminhos a partir dos interesses da própria
comunidade.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver.
Professor Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Verª Neuza
Canabarro, Vice-Presidente desta Casa, neste momento presidindo os trabalhos;
Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, ocupo esta tribuna em função de
alguns pronunciamentos relativos à questão da área educacional.
A Verª Sofia falou sobre alguns aspectos de suas
Emendas - de obras, quero ressaltar - e ficou curiosa quando nós colocamos que
era conveniência do Executivo. E é conveniência do Executivo, sim, porque,
quando a população elege o Prefeito, cabe ao Prefeito executar as obras. Não é
função nossa, de Vereador, fazer obras, pois nós estamos no Legislativo; não
estamos no Executivo.
Quero também ressaltar que o Prefeito Fogaça e a
Secretária Marilu Medeiros têm tido todo um olhar diferenciado e um cuidado
especial para com a educação da nossa Cidade. Uma das principais demandas da
nossa população, hoje, é a construção de creches. Sabemos que há uma demanda
reprimida muito grande. Por quê? Porque, hoje, no mundo moderno, não é só o
homem que trabalha, é o homem e a mulher. E a mulher, na maioria das vezes,
quando tem crianças pequenas, não tem com quem deixá-las. Isso, então, cria um
problema. Ou, muitas vezes, deixam com algum familiar ou com alguma pessoa que
possa cuidar, no seu entorno. Mediante isso, neste ano, o Prefeito Fogaça, por
intermédio da Secretária Marilu Medeiros, construiu 19 creches em Porto Alegre,
atendendo mais de mil crianças. Sabemos que ainda temos uma demanda maior, mas
eu quero dizer que 19 creches é algo muito grande.
Também quero ressaltar algumas demandas reprimidas em relação às
escolas de Ensino Fundamental. Sabemos que hoje Porto Alegre está crescendo, e
muito, para a região da Zona Sul, e, dentro das diversas demandas, quais foram
as duas escolas que o Prefeito resolveu, então, priorizar? A Escola do Rincão,
que, há mais ou menos trinta dias começaram as obras, e, dentro de
alguns dias - porque já saiu o processo de licitação - a Escola Moradas da
Hípica.
Agora,
o que nós não podemos aceitar e concordar é que o Vereador venha fazer emendas
de demandas já acordadas no Orçamento Participativo. O Ver. Adeli disse que não
foram cumpridas, eu quero até agregar isso, Vereador; é importante V. Exª
lembra do Prefeito Fogaça quando assumiu? Qual era o discurso dele? Vamos
resgatar tudo. Primeiro: manter o Orçamento Participativo. Segundo: não
interessa se a demanda foi na sua gestão ou não, porque as demandas não são do
governo A ou do governo B; as demandas são da cidade de Porto Alegre, e, em
função disso, resgatou todas de 2002 e, aos poucos, está implantando isso.
Agora, querer carimbar as demandas do Orçamento Participativo, em que nós
acreditamos, tanto quanto V. Exª e o seu Partido, vai fazer com que se inverta
o processo. Então, não há razão de fazer o Orçamento Participativo. Ora, se o
Orçamento Participativo determinou, pediu e ganhou aquela demanda, agora vem um
Vereador aqui e carimba essa demanda no Orçamento, para fazer proselitismo, ou
seja: “Não. Eu, Vereador, consegui esta demanda.” Não. Nós temos que trabalhar
de uma outra forma e respeitar a hierarquia dos segmentos, porque nós não
podemos nos contrapor; nós temos, sim, que ajudar, ir às reuniões do Orçamento
Participativo, participar, fazer o enfrentamento, dialogar, mas carimbar não
podemos. Eu volto a dizer que obra é, exclusivamente, prerrogativa do Sr.
Prefeito, como Executivo, e não nossa, como Vereadores, porque nós estamos no
Legislativo. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro):
O Ver. Mario Fraga está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. MARIO FRAGA: Verª Neuza
Canabarro, na Presidência,
neste momento; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; público que nos
assiste pela TVCâmara, público da ocupação da Vila Nova aqui presente, quero
agradecer à Verª Neuza Canabarro, porque, pelo sistema de rodízio da Bancada do
PDT, seria ela a usar a tribuna, hoje, em período de Liderança. Muito obrigado,
Verª Neuza Canabarro.
Quero aproveitar para dizer que, num movimento de
ocupação como esse, não há lideranças; todos somos lideranças, todos precisam
da casa e todos precisam do terreno. Na minha intervenção, eu tentei fazer com
que essa reunião para tratar da ocupação do Montepio fosse realizada aqui neste
plenário, onde estão os outros Vereadores que gostariam de participar, como a
Verª Neuza Canabarro e este Vereador. Infelizmente, ficou decidido que apenas
uma pequena Comissão vai participar. Nós esperamos que venha para cá a decisão,
e nós, do PDT, por intermédio deste Vereador e dos Vereadores Neuza Canabarro,
Ervino Besson, Mauro Zacher e do nosso Líder, Nereu D’Avila, vamos apoiar
vocês.
Quero reafirmar o que o Ver. Dr. Goulart falou, no
período de Liderança, sobre o quanto o Sr. Tessaro tem se empenhado nesses
problemas. O Ver. Dr. Goulart faz parte do mesmo do Partido do Sr. Tessaro, mas
eu não faço, e elogio o seu trabalho no DEMHAB. Eu mesmo já estive com ele, no
Campo Novo, entregando algumas casas, e pude constatar a alegria das pessoas ao
receberem a chave da casa própria, depois de uma ocupação, depois de uma
invasão. Então, nós, do PDT, em especial este Vereador, estamos nos colocando à
disposição da comunidade, até porque também moro na Zona Sul. E o Ver. Ervino
Besson, que também é da região, está nos representando na Comissão e já entrou
em contato com o Sr. Tessaro. Nós, do PDT, estamos juntos na luta de vocês.
Eu
gostaria de falar também sobre o Fórum de Entidades. Num primeiro momento,
companheiro e amigo Ataídes, que está nos assistindo aqui, eu fui contrário a
esse Fórum, e hoje estou vendo, por fazer parte da Comissão do Plano Diretor,
que esse outro Fórum vem a somar, e não para dividir. Então, hoje estou vendo o
seu trabalho, Verª Neuza Canabarro, e vendo o trabalho das comunidades, e
algumas pessoas já me falaram o quanto está sendo importante. Quero dizer aqui,
para ficar claro, o quanto nós, Vereadores, a Comissão e o Fórum das Entidades estamos
trabalhando nesta Casa, que é nossa obrigação, com certeza, mas passamos a
semana toda tendo quatro reuniões para tratar do Plano Diretor. Eu acho válido,
Verª Neuza, pela importância deste Projeto que vai modificar o visual da nossa
Cidade, e quero dar os parabéns pelo seu trabalho na presidência do Fórum das
Entidades.
Quero falar para o Ver. Adeli, que tocou aqui, mais
uma vez, no ProJovem. Hoje li na página 2 do Jornal do Comércio, onde o
jornalista faz uma crítica à CPI do Detran, perguntando “Será que os Deputados
não acreditam que o Ministério Público e a Polícia Federal vão tratar do
Detran, pois vão fazer uma CPI na Assembléia?” Eu digo a mesma coisa aqui: será
que o Ver. Adeli não está confiando na Polícia Federal, no Ministério Público,
e, agora, numa sindicância da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, com
funcionários concursados, Procuradores do Município, será que o Ver. Adeli não
está confiando?
Também quero dizer mais, Vereadora Neuza Canabarro:
no Rio de Janeiro, o ProJovem gastou 31 milhões de reais. E quem vai medir se
foi bom ou se foi ruim? Eu já havia falado, bem no começo, que, se formassem
cem alunos, eu já estaria contente. No Rio de Janeiro, formaram-se 2.500 no 1º
Grau; são 2.500 crianças ou jovens que estavam fora do mercado e conseguiram
fazer o ProJovem e terminar o 1º Grau. Gastaram 31 milhões, mas graças a Deus
foi dispensado este dinheiro para fazer a formatura de 2.500 jovens. Então,
aqui no nosso Estado e na nossa Capital o ProJovem está sendo averiguado. Quero
ver e vou deixar aqui registrado o que vai acontecer quando não for provado
nada.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta,
Verª Neuza Canabarro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e
senhores, não faz muito, este plenário estava repleto de pessoas
que vieram aqui para brigar por uma das coisas mais sagradas que existe na vida
de cada pessoa: o direito à moradia. Eu acredito que esse direito que eles
vieram aqui reivindicar todos nós devemos nos somar. Eu acho que não tem que
ter, na verdade, situação e oposição. Eu acho que tem que haver realmente uma
frente muito ampla, para que as condições atuais de moradia de todas as
pessoas, em todos os cantos da Cidade, possam ser melhores. Por isso eu saudei
com muito entusiasmo, numa visita que fizemos hoje pela manhã, Verª Margarete
Moraes - e lamentei que lá não estivessem todos os Vereadores da Casa -, as
obras do Projeto Socioambiental. Além da grande recuperação que nós vamos ter
no campo do saneamento básico, além do tratamento de esgoto que este Projeto
vai fazer, nós vamos poder oferecer às pessoas que vivem hoje em situação de
risco, na beira de arroios, de valões, 1.500 ou quase 1.600 moradias. Eu acho
isso extremamente positivo. E eu acho que essas 1.600 moradias oferecidas
através desse Projeto Socioambiental não devem ser utilizadas, Ver. João Dib,
por ninguém para dizer assim: “Olhem, estou dando moradia, então eu mereço
realmente ganhar o voto, mereço ganhar o teu apoio”. Então eu acredito que
essas moradias, que esse empenho que está sendo feito, esses recursos que
estamos recebendo, via BID e via Caixa Econômica Federal são recursos que
somam, Verª Margarete Moraes, quase 400 bilhões de reais. Esses recursos vão
ser pagos por cada um dos cidadãos, na verdade eles não pertencem a nenhum
Administrador público; eles são patrimônio de toda a sociedade. Assim como
qualquer recurso público deve ser enxergado! Os recursos públicos não pertencem
ao Administrador. E eu vejo, lamentavelmente, que alguns Administradores deste
País se valem desses recursos públicos para passar para a população que aquilo,
na verdade, é uma dádiva sua, é um presente seu, é algo que ele está tirando,
praticamente, de si para dar para aquele que não tem, mas não é assim. Ele
deveria se envergonhar disso. Assim, por exemplo, são tratados os recursos
desse tal de Bolsa-Família. Eu gostaria que fosse diferente, eu até propus que
fosse diferente, porque eu acho que as pessoas não podem receber esses recursos
públicos como se fossem simplesmente esmolas! E elas não conseguem crescer, não
conseguem, na verdade, progredir, porque, afinal de contas, colocaram nas suas
cabeças que elas estão vivendo de esmolas. E aqueles que deram aquela esmola,
precisam continuar no poder, porque, se não, a fonte vai secar. Não podemos
tratar as coisas assim, mas elas, infelizmente, têm sido tratadas dessa
maneira.
Nem os recursos aqui do Socioambiental, nem os
recursos lá do Bolsa-Família, nem qualquer recurso público colocado à disposição
das pessoas podem, na verdade, ser dados como se fosse propriedade de alguém.
É, na verdade, um trabalho que deve ser debitado a toda a sociedade. É a
sociedade, de fato, que tem de fazer a sua parte, para que nós possamos ter
pessoas mais iguais dentro do País. É assim que nós vamos buscar uma sociedade
melhor, uma sociedade que seja, realmente, mais igual; não esta que nós temos,
onde parece que algumas pessoas se intitulam donas daquilo que é público, e
isso é, com certeza, muito ruim. Eu posso dizer a todos aqueles que vieram aqui
hoje buscar o seu direito de moradia: sou sempre parceiro nessas lutas, sou
sempre parceiro, para que possamos buscar uma igualdade, pessoas mais dignas,
para que, assim, possamos ter uma sociedade mais feliz. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. MARIO FRAGA (Requerimento): Srª
Presidenta, Verª Neuza
Canabarro, em vista de que está acontecendo essa reunião, eu pergunto se V. Exª
acha prudente interrompermos a Sessão por cinco minutos, para aguardar o fim da
reunião?
(Aparte
anti-regimental dos Vereadores Haroldo de Souza e Margarete Morares.)
O
SR. MARIO FRAGA: Visto
que já houve “não” da Verª Margarete e do Ver. Haroldo, eu retiro a minha
proposta.
O
SR. ADELI SELL: Srª
Presidenta, Verª Neuza Canabarro; eu pediria, excepcionalmente, que se
esperasse mais 30 segundos, para chamar os Vereadores que estão recebendo uma
comissão, na Mesa Diretora.
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Os
Vereadores foram avisados antes da última Liderança para iniciar o seu
trabalho. Portanto nós não podemos mais aguardar.
Havendo
quórum, passamos à
Em
votação o acordo de Lideranças estabelecendo nova ordem de apreciação, segunda
versão, dos Projetos constantes na Ordem do Dia, com os seguintes Projetos: PLCE
nº 009/07, PLCL nº 022/07, PLCL nº 008/07, PR nº 063/06, PLL nº 028/05, PLL nº
256/06, PLCL nº 018/06 e PLCE nº 006/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. Nº 6819/07 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 009/07, que cria a Subunidade 02 na Unidade de
Estruturação Urbana (UEU) 048 da Macrozona (MZ) 1, define Regime Urbanístico e
dá outras providências. Com Emendas nºs 01, 02 e 03.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Nilo Santos: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CEFOR. Relator
Ver. Professor Garcia: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82, § 1º, I, da LOM.
- incluído na Ordem do
Dia por força do art. 81 da LOM, em 22-11-07;
- adiada a discussão por
uma Sessão;
- discutiram a matéria
os Vereadores A.Sell, S.Melo, G.Barbosa, L.Braz, S.Cavedon, E.Guimarães, M.
Moraes(cedeu p/A.Sell), M.Danéris(cedeu p/S.Cavedon), B.Vendruscolo (cedeu
p/S.Melo), C.Sebenelo e J.A.Dib e D.Goulart(cedeu p/E.Guimarães).
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Em
discussão o PLCE nº 009/07. (Pausa.) A Verª Clênia Maranhão está com a palavra
para discutir o PLCE nº 009/07.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, nós estamos, neste
momento, dando continuidade à discussão de um Projeto que já estava sendo
discutido há duas Sessões e que se refere exatamente à alteração do Regime
Urbanístico da área onde será construído o novo prédio do Fórum, e esse Projeto
deverá ser votado dentro de alguns instantes. Algumas Emendas foram
apresentadas, os autores estão agora discutindo com o corpo técnico da
Secretaria de Planejamento da Prefeitura de Porto Alegre e também com o corpo
técnico do Fórum Central, com os profissionais engenheiros e arquitetos
responsáveis pelo Projeto, para que não haja nenhuma incompatibilidade técnica
das Emendas apresentadas ao Projeto, pois, mesmo havendo intenção de aprovação,
haveria a impossibilidade de incorporá-las ao texto original. Porque elas não
teriam os requisitos técnicos e legais adequados às exigências das demais
legislações que tratam da questão urbanística do nosso Município. Acho que as
intervenções que antecederam os debates de hoje focaram muito em cima da
questão do Centro de Porto Alegre, das questões urbanísticas, e eu queria
incorporar a este debate uma outra faceta, na medida em que a autorização da
modificação desse Regime Urbanístico se refere precipuamente, exclusivamente, à
construção da sede do Fórum Central de Porto Alegre. Eu não sei se as Sras.
Vereadoras e os Srs. Vereadores já tiveram a oportunidade de visitar o nosso
Fórum Central. Hoje é impressionante ver o afluxo de pessoas à sede do Fórum, e
também é muito interessante perceber o público que requer este serviço público
do Judiciário da nossa Cidade. Muitos chegam àquela região com problemas
extremamente graves, muitas vezes são pessoas de baixa renda. Evidentemente, o
Fórum, pela demanda existente, pelo nível de responsabilidade que tem o
Judiciário, necessita já há algum tempo da ampliação do seu espaço para
melhorar o atendimento à população que lá chega, assim também como criar
condições mais favoráveis de trabalho aos profissionais, aos operadores de
Direito, aos Juízes, aos assessores técnicos, ao corpo de estagiários que
atende à população e que executa lá as suas atividades profissionais.
Eu
acho também importante dizer, nesse processo, que, quando este Projeto entrou
na Casa, havendo dúvidas de vários Vereadores, o Presidente do Fórum,
juntamente com os profissionais encarregados dessa construção estiveram neste
Legislativo e fizeram uma reunião extremamente produtiva em que apresentaram,
debateram e tiraram todas as dúvidas daquelas Vereadoras e Vereadores que
necessitavam de maiores esclarecimentos ou que gostariam de compreender mais
profundamente a formatação daquele Projeto. Acho que este é o mecanismo que nós
temos defendido nesta Casa, e a presença dos órgãos e instituições envolvidas
com o Projeto que está sendo discutido permite, evidentemente, a nós, às
legisladoras, aos legisladores, uma apropriação maior do conteúdo do Projeto e
faz com que o nosso voto seja muito mais qualificado, na medida em que é um
voto que corresponde a uma maior compreensão do Projeto de Lei em andamento.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Srª
Presidenta, considerando que os Vereadores ainda estão elaborando suas Emendas,
consulto V. Exª sobre a suspensão, por cinco minutos, dos trabalhos, para que
acertemos a redação final das Emendas. Muito obrigada.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste – às 16h57min): Estão
reabertos os trabalhos.
Apregôo a retirada de tramitação da Emenda nº 03 ao
PLCE nº 009/07, de autoria do Ver. João Antonio Dib.
Apregôo o destaque da Emenda nº 02 ao PLCE nº
009/07, de autoria do Ver. Adeli Sell.
Apregôo a Emenda nº 04 ao PLCE nº 009/07, de
autoria do Ver. João Antonio Dib.
Não há mais quem queira discutir.
Em votação. (Pausa.) O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para
encaminhar a votação do PLCE nº 009/07.
O
Projeto que estamos discutindo - repito, muito perto do Guaíba - no atual
Projeto arquitetônico passa a altura; espero que não seja o futuro prédio, para
78 metros. Se 52 metros, em muitas regiões da Cidade, são considerados
inaceitáveis por muitas das entidades e pela população de Porto Alegre, vamos
imaginar 78 metros na beira do Guaíba. Não estaremos – isso disse bem a Verª
Sofia -, se esse Projeto de Lei for aprovado, aprovando um regime apenas para
aquele terreno. Disse bem a Verª Sofia, nós vamos estar definindo já, por
conseqüência – é a nossa sensibilidade, e o futuro dirá –, o novo regime
urbanístico para a Cidade, naquela Região. Como já falei, atrás desse terreno,
mais perto da Av. Borges de Medeiros, nós temos outro grande terreno de uma
grande empresa construtora da Cidade que não vai aceitar, não tem as mesmas
condições, Ver. João Antonio Dib, que o Judiciário está recebendo agora. Mais
perto do Centro, ao longo daquela rua, outro prédio tem projeto para existir,
que é do Ministério Público do Trabalho. E se esse outro for construído com
esses mesmos critérios, e haverá, sem dúvida, a mesma exigência, nós tiraremos
o sol da tarde para sempre dos prédios da Rua Celeste Gobbato; não com esse
prédio do Judiciário, mas com a construção do prédio do Ministério Público do
Trabalho.
Sendo
assim, a nossa Bancada votará contra o Projeto. Sabemos da responsabilidade,
sabemos da importância, mas votaremos contra. Caso o Projeto seja aprovado,
votaremos por uma emenda que nós consideramos absolutamente fundamental, que é
a aprovação final do Projeto pelo Executivo Municipal, pelo Planejamento e,
depois, pela SMOV, seja precedido de Estudo de Impacto Ambiental e por uma
Audiência Pública, porque isso não foi feito. Embora o Conselho do Plano
Diretor seja importante, as pessoas foram eleitas, mas tem que haver Audiência
Pública porque é muito mais amplo que isso. Se não fosse assim, o Estatuto da
Cidade não estaria prevendo esse instrumento de escutar a população de Porto
Alegre, não só do entorno, mas a população de toda a Porto Alegre.
Então
esse é o nosso posicionamento. Sabemos da responsabilidade do nosso voto,
esperamos que seja entendido pelo empreendedor, no caso o Judiciário, mas é um
voto de mérito, é um voto de quem pensa na Cidade como um todo, é um voto de
quem pensa do desdobramento desse voto que daremos agora. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE n° 009/07.
O
SR. LUIZ BRAZ: Verª
Maria Celeste, Presidente desta Casa; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhoras e senhores, Ver. Guilherme Barbosa, se fosse real o que V.
Exª colocou como argumento, de que, ao aprovarmos um Projeto especial para
aquela Região, nós estaríamos deferindo as alturas para os prédios vizinhos,
então, eu acredito que os Projetos Especiais aprovados antes - esse não é o
primeiro Projeto Especial a ser aprovado em Porto Alegre com relação às alturas
- deveriam estar definindo também as alturas para as regiões vizinhas de onde
eles surgiram, e V. Exª sabe muito bem que não é assim.
O
Projeto que está surgindo ali e que estamos votando aqui é exatamente para dar
oportunidade para que, em uma determinada região da Cidade, se possa construir
um prédio que vai servir para estacionamento perto de uma área que realmente
tem uma grande necessidade, e por isso está sendo solicitado um Projeto
Especial. Os Projetos Especiais são aprovados pelo Conselho do Plano Diretor,
eles têm que passar aqui pela Câmara Municipal. Eles, na verdade, não são
aprovados como nós aprovamos, no Plano Diretor, as alturas máximas. Tanto é,
Ver. Guilherme, que as alturas máximas – e V. Exª mesmo afirmou – estão sendo
aprovadas para as grandes avenidas, mas não só para as grandes avenidas, também
no 4º Distrito. Ontem conversava com o Ver. Adeli Sell e com mais outros
Vereadores aqui da Casa, Verª Neuza, Ver. Sebastião Melo, e víamos que
precisamos, inclusive, fazer uma visita ao 4º Distrito para que possamos ver
uma Região que está recebendo um tratamento com relação a esse Projeto do Plano
Diretor, enviado para esta Casa, para que ela (a Região) se desenvolva mais que
as outras regiões. Tanto é que lá vai ser permitida – e é a única região que
está sendo tratada assim no Projeto de Revisão do Plano Diretor - a altura
máxima, que é a altura de 52 metros. É claro, é altura máxima, mas essa altura
máxima pode ser ultrapassada por um Projeto Especial, como este que nós estamos
votando aqui hoje. Mas não significa que, quando nós votamos um Projeto
Especial, nós já estamos deferindo as alturas para aquela Região. Ora, um
Projeto Especial é um projeto único, que surge numa determinada região e que
vem para resolver um determinado problema. Então, esse é o Projeto Especial que
está sendo votado.
Agora,
se nós colocarmos que neste Projeto, para ser aprovado, vamos precisar do
Impacto de Vizinhança, vamos precisar, para aprovar o Projeto, Verª Sofia,
esperar que seja regulamentado, em Porto Alegre, o Impacto de Vizinhança. Por
enquanto ainda não tem. O que existe, hoje, na legislação é o EIA-RIMA, que
pode ser utilizado, mas o EIA-RIMA não é o Impacto de Vizinhança. O Impacto de
Vizinhança ainda é lá do Estatuto da Cidade e vai ser regulamentado agora com
esta revisão que estamos fazendo, aqui, do nosso Plano Diretor, mas ainda não
podemos falar ou legislar utilizando o Impacto de Vizinhança. Ainda não podemos
fazer isso, porque não temos esse instrumento. O instrumento que temos é outro.
Então,
a Emenda que a Verª Sofia está apresentando talvez esteja pecando, exatamente,
porque traz um instrumento que ainda não podemos utilizar. Ele não está
regulado, regulamentado na nossa Legislação.
Então,
não vejo, realmente, o grande perigo que foi apontado por alguns Vereadores
para aprovarmos esta Legislação que foi aqui proposta para resolver a situação
de uma região da Cidade. Acho que podemos fazer isso, até porque não estaremos
definindo as alturas para toda uma região. O que nós estamos fazendo é definir
uma altura diferenciada, num Projeto Especial, para um edifício que será
levantado. Por isso, nós, do PSDB, vamos votar favoravelmente ao Projeto.
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº
009/07.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Srª
Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, no encaminhamento
desta matéria, quero dizer que esse prédio vem atender a uma demanda reprimida
do Judiciário do Rio Grande do Sul, localizado na Comarca de Porto Alegre.
Antigamente,
a Justiça funcionava no Centro da Cidade, veio para a Esplanada aqui; o atual
prédio cumpriu o seu papel, mas hoje não consegue atender à demanda enorme de
centenas de milhares de pessoas. Então, acho que a obra é necessária. Como foi
dito aqui pelos Vereadores que me antecederam, Ver. Garcia, trata-se de uma
Área Especial e, portanto, como há venda de índice, tem que passar pela Casa.
Agora,
Verª Sofia, eu queria a atenção especialíssima de V. Exª e daqueles da Bancada
do PT que têm uma compreensão maior desta matéria. Eu fiz questão de buscar a
planta. (Mostra planta.) Vejam bem, primeiro eu quero dizer ao Ver. Guilherme
que eu estava nesta Casa quando o Prefeito João Verle mandou para esta Casa a
permuta de alguns terrenos públicos com a Maiojama. Portanto, foi no Governo de
V. Exª que passou para a Maiojama, e aquele tem construção de índice quatro
4.0, e, para mudar o índice construtivo, só se passar por esta Casa. Então não
há de se misturar “alhos com bugalhos”. Por quê? Porque V. Exª, lá, tem índice
4; aqui tem índice 4 e querem passar para 5,2. Por isso nós estamos votando sim
ou não.
Eu
quero dizer o seguinte: se esta Casa não se manifestar, Srs. Vereadores, vejam
bem, se esta Casa manifestar o contrário, o Fórum vai fazer a obra, só que ao
invés de o Fórum fazer a obra na horizontal, ele vai fazer na vertical; vai ter
uma parede, que vai dar para o Guaíba, de 150 metros. Centro e cinqüenta
metros, e vai fazer de 18 andares, que a Lei permite, sem vender índice.
Então,
a pergunta que eu faço é muito simples. (Mostra planta.) É melhor ter um prédio
vertical, deixando toda esta área livre, para que as pessoas possam enxergar o
Guaíba, ou é melhor eu fazer o prédio... Porque a obra vai sair, igual; ou ela
sai desta maneira, vertical, deixando essa grande área aberta, ou ela sai com o
paredão de 150 metros.
Então,
eu decidi sobre isto, eu vou votar pelo Projeto, porque acho que tendo melhor
aeração é muito melhor para a Cidade. Aliás, eu quero aqui repetir: eu não
tenho problema com alturas. Aliás, acho altamente pobre e altamente elitista
discutir o Plano Diretor só através de altura, de recuos e de sacadas, porque
eu acho que o Plano Diretor que nós queremos para a Cidade tem que discutir a
Cidade como um todo. Portanto, eu não tenho problema com a altura, desde que eu
tenha bons afastamentos. Então, se eu não aprovar o Projeto, o Projeto vai
prosseguir, a SPM vai dar condição, vai ter 18 andares e eu vou ter um paredão
de 150 metros. Agora, volto a repetir, Ver. João Dib, que há uma confusão
instalada, aqui. Por quê? Verª Clênia, nós não estamos votando a Audiência
Pública, nós não estamos votando se nós vamos cumprir a Lei ou se nós não vamos
cumprir a Lei - isto é competência do Executivo, da Cauge, da SPM. O que eu
estou votando aqui, hoje, é a permissão da venda de índice, para que o Projeto
possa ser contemplado de acordo com o Projeto que está acostado aos autos.
Então eu quero dizer, com toda a tranqüilidade, que eu acho que para o
urbanismo da Cidade, eu não tenho dúvida nenhuma, e, quanto ao Projeto da Ipiranga,
que é de empresa privada, que esta Casa aprovou, tem índice 4 de construção; se
quiser mudar, tem de passar por esta Casa. Agora, entendo que isto não
acontecerá, porque, quando se fez a transação, aquela área tinha um valor para
a construção de índice 4; se eu mudar para 5,2 agora, eu estou botando dinheiro
indevidamente no bolso de alguém.
Então,
voto favoravelmente, sim, porque acho que o prédio como está concebido no
Projeto, na vertical, do ponto de vista do paisagismo, do ponto de vista do
urbanismo, ele é muito mais qualificado para a Cidade. Muito obrigado, Srª
Presidenta.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em
votação nominal, solicitada pelo Ver. João Antonio Dib, o PLCE nº 009/07. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) APROVADO por 19 votos SIM, 11 votos NÃO
e 01 ABSTENÇÃO.
Emenda nº 01 ao PLCE nº 009/07 (Lê.): “Inclui no
PLCE nº 009/07 o Anexo I em 3 vias, conforme documentos apensados.
Justificativa: estamos apresentando a presente Emenda para que o Anexo I seja
apensado ao referido Projeto.” Emenda de autoria da Verª Clênia Maranhão.
Em votação a Emenda nº 01 ao PLCE nº 009/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Emenda nº 02: “Inclui Artigo onde couber. O
licenciamento da indicação estará condicionado à realização de Audiência
Pública, na qual serão apresentados relatórios de impacto ambiental e de
vizinhança.” Emenda de autoria do Ver. Adeli Sell, Líder da Bancada do PT, e da
Verª Sofia Cavedon.
Em
votação a Emenda nº 02, destacada, ao PLCE nº 009/07. (Pausa.) A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 02,
destacada, ao PLCE nº 009/07.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores;
encaminho em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores. Nós entendemos que
esta Emenda, considerando todo o contexto deste Projeto e suas implicações, é
necessária - uma precaução que este Legislativo pode ter em relação a uma
alteração de índice na nossa orla, para um projeto da orla da cidade. O que a
Emenda pede é algo previsto no Estatuto da Cidade, e mesmo que não esteja
regulamentado o impacto de vizinhança, há formas de evitar as repercussões
nesse impacto, ouvindo a população, dialogando com a população e chamando-a
para decidir sobre a sua Cidade, sobre as áreas próximas a sua moradia ou não.
Nós entendemos que esse é o espírito do Estatuto da Cidade, autoaplicável. E
também é o espírito do nosso Plano Diretor que, em muitos momentos, estabelece
a consulta à população, a soberania popular sobre os destinos da Cidade, sobre
a paisagem, sobre a densificação, sobre as características.
Então,
esta Emenda quer preservar, é uma sinalização do Legislativo no sentido de que
quer preservar que a Cidade se manifeste, porque é uma novidade um prédio dessa
altura nessa área. E mais: porque foi requisitada a sua provação e alteração de
índice, na condição de Projeto Especial, Ver. Dib. A meu ver, Projeto Especial
tem problemas, é verdade, na nossa Legislação, porque não deixa muito claro o
que poderia ser um projeto especial. Então muitos reivindicam que o seu projeto
seja tratado assim. Eu não entenderia que seria o caso de um prédio, e sim de
uma situação de melhoria no meio ambiente, uma modificação muito grande, uma
nova destinação. Mas hoje o instrumento - Projeto Especial – é utilizado por
muitos, não estou dizendo que é este o caso, porque há algumas benfeitorias
importantes que estão sendo apontadas, como um auditório para a população ou
estacionamentos. Mas Projetos Especiais acabam sendo uma forma de ampliar
índice e ampliar possibilidade de construção. Então esse é um tema sobre o qual
nós teremos que nos debruçar, tendo em vista que, de todo modo, este Projeto
está enquadrado como um Projeto Especial, para assim justificar a mudança de
índice construtivo. Nós entendemos que a população tem que ser consultada
diretamente, diferente de ouvir o Conselho do Plano, não suficiente ouvir o
Conselho do Plano Diretor, e, sim, realizar uma Audiência Pública, como os
Estudos de Impacto Ambiental determinam, por exemplo. E essa área, pela
proximidade do Guaíba, do Arroio Dilúvio, pela implicação na altura, em
sombreamento e retirada de paisagem necessariamente tem que ter um Estudo de
Impacto Ambiental, que irá prever a Audiência Pública.
Então,
essa é a intenção da Emenda. Nós compreendemos, somos parceiros na direção de
resolver o problema do Fórum. Sabemos como os juízes trabalham e como os
funcionários do Judiciário trabalham, com salas bastante insalubres. Facilitamos
isso no ano passado, aprovando a Lei que desafetou essa área, mas não temos a
responsabilidade de, uma vez que o Projeto chegou agora, no final do ano, na
Casa, ter que votar por art. 81, não passando pelas Comissões. E nós temos uma
pressão do Judiciário em relação ao seu Orçamento. Bom, o Legislativo, a
responsabilidade que nós temos não pode ser submetida a essa lógica. Nós não
temos a responsabilidade, depois da desafetação, de ter deixado passar um ano
inteiro, e o Projeto com uma mudança de índice só vir para cá neste momento do
ano. Então, nós não votaremos; votamos contrários nesse sentido. O Ver.
Guilherme colocou aqui muito bem, as repercussões que nós entendemos que isso
irá gerar nos outros terrenos da região. Fica difícil de dizer: “sim, vamos
aumentar índice para o Judiciário; não, não vamos aumentar índice para a, b, c
ou d.” Porque aí, como é que o Legislativo sustenta a sua posição? Por isso eu
acho, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, que a nossa Emenda procura nos
proteger, mas, principalmente, cumprir a Legislação Federal, Estatuto da Cidade
e o nosso próprio Plano Diretor, no que diz respeito à necessidade da avaliação
do Estudo de Impacto Ambiental e no que diz respeito à necessária manifestação
soberana dos cidadãos sobre o destino da sua Cidade. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº
02, destacada, ao PLCE n° 009/07.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
muito especialmente eu me dirijo à proponente desta Emenda, Verª Sofia Cavedon,
porque eu acho que a riqueza do Parlamento é o contraditório. Eu quero dizer a
V. Exª que o Estatuto da Cidade é de 2001 e contempla o Impacto de Vizinhança.
E nós esperamos, Ver. Luiz Braz, como Relator do Plano Diretor, regulamentá-lo
na matéria que ora tramita em Comissão Especial nesta Casa.
Enquanto
isso não acontecer, eu tenho que seguir essa Legislação que V. Exª conhece,
porque é uma Vereadora diligente: legislação consolidada, Lei nº 8.217, de 29
de dezembro de 1998. Essa Legislação, que não é deste Governo, portanto eu não
estou falando que foi o Prefeito Fogaça que fez essa Legislação, é resultado do
acúmulo de um debate que a Cidade teve, e esse acúmulo tem muito da
responsabilidade de quem governou a Cidade por 16 anos com o respaldo popular.
Portanto, a Prefeitura, para liberar, para vetar, para ditar, para fazer ou
para não fazer está lastreada numa legislação que foi consolidada. Então, não é
competência legislativa, Srs. Vereadores, legislar sobre Impacto de Vizinhança,
ou se consolida na Lei do Plano Diretor, e isso com certeza será consolidado, e
a partir de então isso tem endereço, chama-se Executivo Municipal. E quando se
trata de Projeto Especial, trata-se da Cauge, que é a Comissão Geral que
reúne os Departamentos, as Secretarias, todos os órgãos que dizem respeito à
liberação de projetos.
Então, venho a esta tribuna porque senão fica o
dito pelo não dito, Ver. Goulart. Parece que nós estamos dizendo que não
queremos que o povo seja consultado, mas somos tão radicalizados neste
processo, que eu acho, por exemplo, que é muito conservador Porto Alegre
discutir só investimento. Deveríamos discutir com a participação popular tudo:
o Orçamento na sua inteireza, os serviços da Cidade.
Portanto, Verª Sofia, volto a dizer: o índice está
sendo aumentado. Na minha avaliação, ninguém é dono da verdade, respeito
posições contrárias, mas acho uma obra vertical muito melhor para a Cidade a
termos um paredão de 150 metros, que vai tapar toda a Av. Beira-Rio. Quem vai
olhar pela Av. Borges de Medeiros vai ver 18 andares porque a legislação, sem a
venda de índice, permite construir 18 andares; não verão o Guaíba, Ver.
Guilherme.
O prédio da Braskem, do antigo Pólo Petroquímico,
possui 18 andares. Eu entendo que o projeto, como foi concebido, vertical, traz
uma melhor aeração, ele traz uma melhor visão, um melhor paisagismo. Portanto,
do ponto de vista da Cidade como um todo, eu tenho este entendimento. E volto a
dizer: não é competência desta Casa, portanto, a sua emenda não pode lograr
êxito. Primeiro, porque o Estatuto da Cidade é de 2001, a legislação
consolidada desta matéria é de 2008, e nós estaríamos invadindo competências.
Esta Casa tem competência para várias coisas, Ver. Braz, mas não tem
competência para querer fazer emendas para dizer que, neste caso pontual, se
tem que ter ou não tem que ter emendas.
Portanto, estou confiante, na certeza absoluta,
clara, cristalina, inequívoca, de que a Casa, evidentemente, não vai aceitar a
Emenda, porque ela contradiz com a própria sustentação da Vereadora, porque o
Estatuto da Cidade é de 2001 e a Lei que rege esta matéria é de 1998. Aliás,
quero dizer mais: muitos dos instrumentos do Estatuto da Cidade foram
concebidos aqui nesta Cidade pelos bravos técnicos sem Partido e sem cor
partidária; alguns com Partido, outros sem; outros que tinham Partido e hoje
não têm mais, mas que contribuíram para que o Brasil produzisse uma grande lei,
que não é realidade na maioria dos Municípios, mas que, no caso de Porto
Alegre, o Estatuto da Cidade muito recebeu de contribuição em relação ao que
nós já tínhamos feito aqui nesta Cidade.
Portanto, Srª Presidenta, sou pela improcedência da
Emenda, e com a certeza de que esta Casa não tem como interferir pontualmente
nessa matéria. Muito obrigado, Srª Presidenta.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª
Maristela Maffei está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 02,
destacada, ao PLCE nº 009/07.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª
Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores,
nós tínhamos o entendimento nesta Casa de que todos os assuntos que dissessem
respeito ao Plano Diretor, nós iríamos discutir aqui. O que não dá para
entender é que um Projeto tão especial venha a esta Casa para ser votado dessa
forma. Portanto, muita calma nessa hora. E também com a irresponsabilidade do
Executivo, Ver. Sebastião Melo, que deveria ter, sim, feito uma Audiência Pública
e não a fez. Então, qual é o papel desta Casa? É justamente fiscalizar as
demandas. E por se tratar de um Projeto especialíssimo - que admite uma altura
superior à altura máxima permitida na Lei para qualquer lugar da Cidade, com 52
metros, 56% a mais do previsto para o local de 50 metros; que admite o índice
de aproveitamento potencial construtivo de terreno; em que a altura máxima
admitida equivale a mais de 20 pavimentos, com base equivalente a cinco
pavimentos, podendo essa ocupar 66,6% do mesmo - requer, sim, uma implantação
no terreno, condizente com as dimensões do lote, com a dimensão das vias que o
conformam. Essa relação se define, entre outros elementos, Ver. Dib, que
estabelecem proporções e harmonia com os espaços livres e os edificados, e não
leva em consideração, por exemplo, e registra-se a preocupação, com a
tipografia, que estaria sendo adotada nesse local próximo à orla do Guaíba e a
questão dos parques que constituem espaços livres entre o Guaíba e as áreas
ocupadas, na questão da construção de altura.
Na verdade, Ver. João Dib, está-se criando um marco
referencial à paisagem através de uma edificação comum, sem outros objetivos
visíveis que possam justificar a recomendação dessa tipografia. Na verdade, é
importante deixar claro que não se coloca qualquer dúvida sobre a necessidade
que tem o Judiciário de resolver o seu problema de espaço, o que virá em
benefício – nós sabemos – de toda a população. O que se coloca é a forma como
isso está sendo resolvido, simplesmente, alterando tudo o que for necessário.
Na própria Lei do Plano Diretor, sobretudo, é preciso considerar com bastante
cuidado o uso de parâmetros adotados em Projetos Especiais; eles foram
previstos no PDDUA para situações realmente especiais, onde a solução
arquitetônica, diferenciada dos padrões comumente adotados, pudesse trazer
qualificação e benefício para toda a Cidade, Ver. Sebastião Melo, que somente
seriam alcançados através de parâmetros especiais - o que não parece ser neste
caso. Portanto, a Emenda da Verª Sofia Cavedon vem exatamente ao encontro
dessas preocupações. Se o Executivo não cumpriu com o seu papel, está sofrendo
qualquer tipo de pressão, fora do que é realmente do seu eixo, esta Casa tem
que restabelecer a problemática trazida. Agora, porque se tem uma maioria, vai
se deixar fora o critério desta especialidade, desta preocupação com este
Projeto?
E, por fim, a adoção de exceções em casos em que
não sejam excepcionais abre precedentes para empreendimentos comuns, em nome de
interesses outros, ou de órgão público. Deve-se ter, sim, esses cuidados no
sentido de que possam ser viabilizados sem desrespeitar o Plano Diretor e seus
parâmetros, pois podem desvirtuar o uso e as intenções do instrumento
urbanístico inicialmente previstos.
Portanto, senhoras e senhores, o PCdoB, com esta
preocupação, como legislador e fiscalizador daquilo que o Executivo não
complementou e não trouxe para esta Casa, vota favorável à Emenda da Verª Sofia
Cavedon. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Não há mais
quem queira encaminhar a presente Emenda .
Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Sebastião
Melo, a Emenda nº 02, destacada, ao PLCE nº 009/07. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) REJEITADA por 12 votos SIM, 17 votos NÃO e 01
ABSTENÇÃO.
Em
votação nominal, solicitada pelo Ver. Guilherme Barbosa, a Emenda nº 04 ao PLCE
nº 009/07. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Por não ter alcançado maioria,
19 votos, a Emenda foi REJEITADA por 17 votos SIM e 10 ABSTENÇÕES.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 5362/07 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 022/07, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que altera o inc. I do art. 82 da
Lei Complementar nº 7, de 7 de dezembro de 1973 – Código Tributário Municipal
-, e alterações posteriores, alterando a data referencial para o pagamento, em
parcela única, com redução de 20% (vinte por cento), do valor do Imposto sobre
a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), da Taxa de Coleta de Lixo (TCL) e do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza relativo à
prestação de serviços sob a forma de trabalho pessoal do próprio contribuinte
(ISSQN-TP).
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Nilo Santos: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art.
82, § 1º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do
Dia em 28-11-07, por força do art. 81 da LOM.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em discussão o PLCL nº 022/07.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Srª
Presidenta, por solicitação de algumas Lideranças, gostaríamos de interromper
os trabalhos por cinco minutos para tirarmos algumas dúvidas referentes aos
Projetos que ainda votaremos na tarde de hoje, para facilitar o diálogo que
esta Casa sempre teve. (Pausa.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Não
havendo acordo, o Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLCL
nº 022/07.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, em especial o público que nos assiste pela
TVCâmara, nós estamos discutindo um Projeto muito simples, de alto benefício
para a comunidade de Porto Alegre, que tem a intenção e a possibilidade de
pagar o IPTU e a Taxa de Lixo com o benefício do desconto de 20%. Esse é um
Projeto que, inclusive, deve fazer valer aquilo que o Prefeito disse na
campanha, que o Executivo era um Poder e que o Legislativo seria respeitado. No
entanto, estou vendo lá a Líder do Governo, reunindo as Lideranças, e ela está
dando a ordem para derrotar esse Projeto. E esse Projeto não dá prejuízo a
ninguém, não tem questionamentos nem polêmica, porque ele é bom para o contribuinte
e muito bom para o Governo. É bom para o contribuinte, porque não forma aquelas
filas intermináveis, insuportáveis, de quatro, cinco, seis horas que dá no
primeiro dia útil do ano novo, quando as pessoas querem pagar as suas contas. E
ele é muito bom para o Governo, porque possibilita arrecadar mais. Eu estive
visitando um órgão de imprensa há poucos dias, um editor de um importante
jornal, e ele disse: “Eu mesmo passei cinco horas na fila, no último janeiro,
para pagar o IPTU com benefício”. O que este Projeto prevê? Que esse benefício
seja estendido até o quinto dia útil do novo ano, até porque a grande maioria
dos assalariados celetistas recebe até o quinto dia útil do ano novo, ou de
cada mês. É por isso que essas pessoas, para pagar, ou têm que entrar no cheque
especial, ou têm que fazer empréstimo, ou têm que fazer qualquer outra
“ginástica”.
Eu sei que está havendo uma pressão, Verª Neuza, lá da
Secretaria da Fazenda, porque diz que isso interfere no fluxo de caixa. Não é
verdadeiro e não é significativo. Nós devemos criar as condições aqui para
facilitar a vida das pessoas, que são os contribuintes, que são aqueles que
sustentam o Estado e a Prefeitura de Porto Alegre.
Portanto esta Câmara deve dar demonstração de autonomia e de
soberania e não de aceitar de boca calada qualquer imposição que venha do
Executivo, porque assim tem sido. Infelizmente o Executivo dita as normas, dita
as ordens, e nós estamos sempre aqui, como Bancada da Frente Popular, porque
somos minoria, subordinados às pressões do Governo. Não é certo que se faça
isso, Ver. João Dib, o certo é que nós possamos ter capacidade, autonomia e
qualidade de decisão, porque nós estamos trabalhando aqui para melhorar, para
facilitar a vida dos contribuintes de Porto Alegre, da cidadania de Porto
Alegre. Muitos querem esse benefício, querem essa possibilidade, porque não têm
outro jeito, ou vão pagar juros, ou vão enfrentar enormes filas, ou vão tomar
financiamento nos bancos, para pagar o IPTU no dia dois, ou no primeiro dia
útil do ano novo.
O Projeto é muito simples, uma pequena parcela de pessoas
quer pagar com benefício e quer ter o direito de exercer essa possibilidade
democraticamente, quer ter essa possibilidade de exercer essa contribuição de
modo a não passar pelos transtornos a que ordinariamente são
submetidas a passar.
Por isso peço atenção de todos os
Vereadores e Vereadoras, porque nós, como contribuintes, temos que pagar os
impostos, mas temos que ter a possibilidade do pagamento em uma condição que
facilite a vida, que seja aceitável. Isso faz, inclusive, com que o Governo
receba mais, porque mais pessoas se sentirão estimuladas a fazer o pagamento
dos seus impostos e de suas taxas dentro do período, Ver. Oliboni.
E quero dizer mais: isso não foi
uma proposição que este Vereador inventou. Isso veio da comunidade, veio de
pessoas que pediram para a gente fazer isso. Isso é uma idéia muito simples,
mas vamos fazer um esforço. Eu creio que a Câmara não negará essa
possibilidade, até porque aqui não há problema de legalidade, não há problema
de constitucionalidade, é apenas mérito, e, no mérito, o Projeto tem valor e
tem mérito. É por isso que peço apoio, peço aprovação dos Srs. Vereadores, das
Sras. Vereadoras, porque quem sairá valorizada é esta Casa. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(A Verª Neuza Canabarro reassume
a presidência dos trabalhos.)
A SRA.
PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Ver. Carlos Todeschini.
O Ver. Aldacir Oliboni está com a
palavra para discutir o PLCL nº 022/07.
O SR. ALDACIR
OLIBONI: Srª Presidenta, Verª Neuza Canabarro; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, público que acompanha o Canal 16, queria também me somar a essa
idéia de extrema importância do nobre Vereador Todeschini, porque ele, pensando
no assalariado, dá uma demonstração clara de que, da mesma forma que as
empresas têm até o quinto dia útil para pagar os seus trabalhadores, está
estendendo o prazo para que esses possam pagar, com o desconto, o IPTU e a Taxa
de Lixo até o quinto dia útil do mês de janeiro.
O Governo está fazendo com que esse desconto não
prevaleça até o quinto dia útil. Portanto dá uma demonstração de que está
legislando apenas para o funcionário público, que, na grande maioria, recebe
até o fim do mês. O Governo esqueceu que aqui todo mundo paga IPTU. Aliás, não
é só IPTU, Ver. Todeschini. Nós temos uma infinidade de empresas, escolas,
colégios, creches com várias contas de água, luz, telefone, muitas além do
quinto dia útil. Às vezes, lá no dia 20, 22, 24, exatamente no período em que o
trabalhador não tem o seu salário, o seu dinheiro disponível. E aí ele acaba
pagando atrasado e, com certeza, pagando juros. Isso não podia acontecer, as
contas deveriam ser até o dia dez de cada mês.
O Ver. Todeschini está trazendo um caso apenas, e é
um dos piores deles, porque, no final ou no início do ano acabam incidindo uma
infinidade de contas: o IPVA, o IPTU e as contas do dia-a-dia, e quem não paga
em dia paga uma infinidade de multas que vão, com certeza, para os cofres
públicos.
Portanto queria, Ver. Todeschini, somar-me a este Projeto,
que acho ser de extrema importância. Este Projeto dialoga com os trabalhadores,
este Projeto dialoga com os menos aquinhoados, os que ganham menos, porque, na
verdade, eles sempre receberão até o quinto dia útil, aliás, algumas empresas
terceirizadas, na grande maioria, não pagam até o quinto dia útil, pagam lá no
dia 10, dia 15, descumprindo os contratos que fazem com o próprio Poder
público. Isso, sim, é uma irresponsabilidade. Portanto temos certeza de que
este Projeto vem bem para a Cidade e vem atender a uma demanda da comunidade
que, por sua vez, está, há tempo, reclamando que esse desconto seja estendido
apenas até o dia em que ele vai receber. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Neuza Canabarro): Obrigada, Ver.
Aldacir Oliboni.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir o PLCL nº 022/07.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Verª Neuza
Canabarro, na presidência dos trabalhos; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, é difícil tentar auxiliar uma votação. O Ver. Todeschini apresenta
um Projeto de Lei e recebe a simpatia de muitos Vereadores, aí ele vai à
tribuna e recebe a má-vontade dos mesmos Vereadores. Ora, eu não sou
pressionado por este ou por aquele Governo, eu tenho as minhas idéias, eu acho
que o Governo do PT nunca aceitou mudar a data de uma série de coisas, por
exemplo, do DMAE, do qual o Ver. Todeschini foi Diretor. Não é colocar que o
Governo nos pressiona, ou deixa de pressionar, nós temos raciocínio. Eu, no
início da Sessão, hoje, fui o primeiro orador no Grande Expediente e mostrei
que a Prefeitura empenhou mais do que arrecadou, na ordem de 40 milhões de reais, 47 milhões de
reais, mais precisamente, e que tem dois meses ainda de arrecadação e vai
despender três Folhas de Pagamento, porque em dezembro há o 13º salário. Então,
de repente, vem uma comunicação da Secretaria da Fazenda que precisa desse
dinheiro, nos últimos dias de dezembro, para poder pagar a Folha de dezembro,
já que paga o 13º salário. Então o problema é de raciocínio.
Para
mostrar que há boa vontade, sim, por que nós não fazemos uma Emenda a esse
Projeto de Lei do Ver. Carlos Todeschini e colocamos que a lei entra em vigor a
partir de 1º de janeiro de 2009, quando, então, a Prefeitura terá tempo de se
estruturar? Aí entendo que há boa vontade e não agressão de parte de ninguém;
se o Vereador aceitar a Emenda, estará aceita a Emenda. Então, feita Emenda,
nós vamos votar favoravelmente.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada,
Ver. João Antonio Dib.
O
Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLCL nº 022/07.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Srª
Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, quero tentar tratar
esse tema de forma muito didática e resgatando o histórico desse Processo. Como
os senhores sabem, esta Casa sabe, nossa Líder do Governo sabe, a partir de
2003 a Prefeitura passou a ter sérios problemas financeiros que são de
conhecimento da Cidade, não só da vereança, e começou, Ver. Aldacir Oliboni, a
lançar mão do instrumento de conceder desconto de IPTU, Ver. Elói, para colocar
dinheiro no caixa, no mês de dezembro, porque no mês de dezembro existem duas
Folhas: a Folha normal de pagamento e o 13º salário.
E
os senhores que não têm memória curta, e aqui não há ninguém com memória curta,
e se tivessem não estariam aqui, lembram, e, aqui, o autor dessa Emenda lembra
muito bem, porque ele era Diretor-Presidente do DMAE, que em duas
oportunidades, no Governo da Frente Popular, se lançou, e esta Casa aprovou, a
busca de empréstimo, além da antecipação do IPTU para cobrir as despesas do
final do ano. Então esse é o fito, essa é a finalidade. Pois bem, se uma
Prefeitura está bem, ela não deveria lançar? Porque 65%, segundo dados da
Fazenda, utilizam desse instrumento, Ver. Dib. Por quê? Porque não tem poupança,
porque não tem IPCA, não tem IGP-M, não tem Bolsa de Valores, Ver. Braz, que
dará 20%. Então, quem tem dinheiro na poupança ou em ações utiliza desse
instrumento, o que é absolutamente... Quero, Ver. Todeschini, de forma muito
fraterna, dizer o seguinte: o argumento de V. Exª não se sustenta. Por quê? O
povão, que não tem dinheiro, não utiliza isso para pagar antecipado; o povão
vai para o SPC e o povão parcela o IPTU. Então, na verdade, quem paga o IPTU
antecipado é quem tem mais posses. E, se eu vou fazer justiça tributária, eu
deveria pensar: um sujeito que paga em 12 meses, Verª Maria Luiza, não tem
direito a nenhum desconto, nenhum centavo; mas quem tem dinheiro, portanto,
quem tem mais bens, quem tem mais recursos, quem tem mais poupança, tem 20% de
desconto. Então, no Brasil vale a regra de sempre: aos que têm mais, mais
benefícios; aos que têm menos, menos benefícios.
Então
a pergunta é a seguinte: o Sr. Secretário da Fazenda titular, Cristiano Tatsch,
o Sr. Secretário-Substituto, que responde pela Fazenda, neste momento, diz o
seguinte - e dizia para mim ao telefone: “Melo, a finalidade é que o cidadão
pague no dia 22, no dia 20, no dia 28, no dia 29, para que eu possa utilizar
esse recurso para pagar o salário do mês de dezembro. Se for para pagar dia 5,
dia 6, bom, eu vou ter que buscar outros empréstimos e o desconto que eu dei
não serve aos seus objetivos”. Então, Ver. Todeschini, eu sei que a intenção é
excepcional, e eu disse a V. Exª que tinha até simpatia, mas, depois de receber
o argumento, eu não tenho como não traduzi-lo. Por quê? Porque, efetivamente,
se eu conceder para o dia 5, a finalidade, o benefício que eu estou dando para
atingir o pagamento do mês de dezembro, conseqüentemente, não será atingido.
Então, razão pela qual já há uma mudança do nosso ex-Prefeito, diligente, homem
que dirigiu sempre com muita firmeza, ele sabe disso. “Ah, bom, então vamos
jogar para o próximo governo?” Quem vai ser o próximo governo? Não sei. Agora,
na verdade há até uma grande discussão, na medida em que as finanças do
Município estão um pouco melhores, deveria-se continuar dando os 20%. O Governo
manteve os 20%, mesmo achando que deveria reduzi-los, ou não; manteve porque se
manteve no primeiro ano, no segundo ano, no terceiro ano... Mas, cá para nós,
ele só existe porque precisa do dinheiro em dezembro. Então, nessa lógica tenho
dificuldade em votar com Vossa Excelência.
O
Sr. Carlos Todeschini: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Sebastião Melo.
O Ver. João Dib fez uma proposição para que se estenda, não a partir deste ano,
mas a partir do ano que vem. Como não estou pensando em governo A, B, ou C,
estou pensando numa regra geral para facilitar a vida, e, até lá, creio que dá
tempo para o futuro governo se organizar, inclusive com a previsão da Lei, eu
aceitei a proposição da Emenda do Ver. João Dib, porque ela é benéfica e pensa
numa regra geral de futuro. E apelo para que V. Exª apóie o Projeto, assim como
as demais Bancadas. Obrigado.
O
SR. SEBASTIÃO MELO:
Quero só dialogar com V. Exª no sentido de que essa medida aprovada, Ver. Dib,
pode levar ao fato de que no ano de 2009 o desconto não seja de 20%, passe a
ser de 15%, passe a ser de 12%, porque estou estendendo o prazo, porque não há
“refeição de graça”.
Então,
acho que a Casa tem de refletir sobre isso, porque se estou estendendo o prazo,
alguém há de dizer: “Está bem, vocês querem levar até o dia 5, está bem, nós
vamos reduzir para 18%, nós vamos reduzir para 15%”. Afinal de contas, a
população vai estar ganhando, o contribuinte vai estar ganhando?
Então,
tenho convicção de que, dentro dessa lógica, Presidenta, para atender ao
pagamento do 13º salário, complemento da Folha, só têm razão os 20% para quem
tem mais, se o dinheiro entrar no mês de dezembro. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro):
Obrigada, Ver. Sebastião.
A
Mesa apregoa a Emenda nº 01 ao PLCL nº 022/07 (Lê.): “Altere-se a data no art.
2º, que passa a ser 1º de janeiro de 2009”. Assina o Ver. João Antonio Dib,
Líder do PP.
A
Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir o PLCL nº 022/07.
A
SRA. MARGARETE MORAES: Srª
Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, trata-se de um Projeto
apresentado pelo nosso companheiro Ver. Carlos Todeschini, da nossa Bancada, do
Partido dos Trabalhadores, um Projeto muito singelo, constitucional, e, como
diz o Ver. Dib: legal e regimental. Quando ele esteve em Pauta, tive a
oportunidade de discuti-lo várias vezes, e também percebi que ele angariou
vários elogios e cumprimentos de Vereadores e Vereadoras desta Casa,
independendo de Partido, independendo de ser do Partido dos Trabalhadores ou
não.
Porque
esses Vereadores que parabenizaram o Ver. Todeschini sabem que é um Projeto bom
para a cidade de Porto Alegre em seu todo, porque se trata de um aprimoramento
na Lei que já existe. Já existe o desconto, os 20% já existem! O Ver.
Todeschini não está propondo novos descontos ou aumento de descontos; está
propondo o aumento do prazo, apenas cinco dias. Isso é muito pouco para a
Prefeitura que arrecada, mas para os trabalhadores é bastante, porque o
funcionalismo público, nem todo, Ver. Oliboni, recebe no dia. O funcionalismo
público do Estado, por exemplo, tem recebido com atraso todos os meses desde
que a Governadora Yeda assumiu, e o funcionalismo da iniciativa privada
geralmente recebe até o quinto dia.
Então,
eu quero concordar com o Ver. Sebastião Melo quando ele diz que, quem mais tem,
paga à vista; quem mais precisa, não consegue pagar a vista e paga com juros.
Agora, esses que mais precisam vão se organizar e podem juntar o salário de
dezembro com o salário de janeiro e ter esse desconto. É um direito para todos,
por isso que eu acredito no princípio dessa idéia que universaliza, democratiza
esse desconto para todos, não apenas para aqueles que mais possuem. Então, 20%
é um valor muito significativo para o trabalhador. Não está se aumentando o
desconto; estaremos beneficiando todos os cidadãos, sobretudo as pessoas que
mais precisam.
Agora,
quem está se beneficiando, sobretudo, é a Prefeitura. A Prefeitura de Porto
Alegre vai ter aumentada a sua arrecadação no início de um novo ano financeiro,
em janeiro, e com a Emenda do Ver. João Antonio Dib, a partir de 2009.
Portanto,
se trata de um Projeto muito sério, criativo, o Vereador quer contribuir com o
aprimoramento das instituições, sobretudo quer dar uma injeção de dinheiro no
desenvolvimento econômico da nossa Porto Alegre, a partir do mês de janeiro. A
Prefeitura terá mais condições de planejar e de já começar as suas ações de
investimento na Cidade, de tudo aquilo que precisa a cidade de Porto Alegre,
porque nós sabemos, inclusive, que este Orçamento que está no papel,
infelizmente, não vem sendo cumprido pela Prefeitura de Porto Alegre. Às vezes,
está previsto um tanto para um programa, um projeto, e não tem acontecido, há
muitos Projetos que têm zero de investimento. E agora, a partir dessa idéia,
que enriquece a cidade de Porto Alegre, que favorece os trabalhadores, será
mais fácil governar Porto Alegre.
Portanto,
eu peço a aprovação dos colegas Vereadores e Vereadoras desta Casa,
compreendendo que foi aceita a Emenda que passa a valer a partir de 2009.
Obrigada, Verª Neuza.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada,
Verª Margarete Moraes.
O
Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir o PLCL nº 022/07.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
temos que ter absoluto cuidado com essa questão financeira das instituições
públicas, porque está aí o exemplo do Estado: pela situação em que o Estado do
Rio Grande do Sul se encontra, não pode sequer cumprir com a Folha de
Pagamento. O Município de Porto Alegre tem uma situação ajustada
historicamente.
Se lançarmos uma análise sobre o Projeto, ele é inconstitucional,
por quê? Porque ele mexe na Receita. Se eu admitir que há 0,01% de inflação ao
dia, três, quatro dias a frente, ele diminui, ou seja, aumenta a Receita; se
diminui, aumenta a Receita. Portanto, é inconstitucional o Projeto, que fique
claro isso.
A outra questão, Ver. Todeschini, é exatamente a
questão do cronograma, Ver. Guilherme Barbosa, de pagamento. Essa é uma questão
delicada, vejam, temos que ter absoluto cuidado. Aliás, a Bancada do PT sabe
que só não pagaram a bimestralidade porque não puderam, é bom que se diga. Como
é que iriam pagar? É bom que se digam essas coisas; temos que ter muitos
cuidados na questão financeira. Isso efetivamente compromete todo o cronograma,
o fluxo, mormente nesse período do ano, em que o Município paga duas folhas de pagamento de salário: o do mês e o 13º
salário.
Então,
eu faço um apelo à Casa, embora, vamos deixar claro, é verdade que facilitaria
a vida do cidadão, é inquestionável, nós temos que reconhecer, só que, por
outro lado, entendo, salvo melhor juízo, que, ao Município, não seria uma
medida adequada, porque criaria problemas de toda ordem, sem falar no aspecto
da inconstitucionalidade. Mexe, sim, na receita, conseqüentemente aumenta a
despesa. Sim, Ver. Guilherme Barbosa, pois, na medida em que eu tenho uma
despesa e tenho uma previsão de arrecadação, automaticamente cai; é uma fração,
é verdade, mas mexe. Então, é inconstitucional a referida matéria.
Por
outro lado, não seria esse o grande aspecto a considerar, o aspecto a
considerar é exatamente a questão de organização, o fluxo de caixa, as
necessidades de recursos nesta época do ano. E nós temos, todos, aqui, que ter
o cuidado para que a situação financeira do Município, Ver. João Antonio Dib,
seja preservada. Nós somos, aqui, os guardiões, nós temos na mão, por assim
dizer, a chave do cofre. Então, nós temos que ter o máximo de cuidado com essa
questão ligada às finanças do Município, para não cairmos em situações
estruturais como vive o Estado. Então, mesmo que possa parecer antipática a posição,
nós não podemos ceder no sentido de criar problemas ao fluxo de caixa da
Prefeitura e, de resto, às próprias finanças do Município de Porto Alegre. Já
se dá uma redução de 20%; já se estabelece o primeiro dia útil do ano, que é o
dia 2. Então, nós também precisamos preservar toda essa estrutura financeira do
Município de Porto Alegre. Portanto, Ver. Carlos Todeschini, respeito a boa
colocação de V. Exª, mas discuto contra o seu Projeto. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir o PLCL nº 022/07.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; colegas Vereadores e Vereadoras, eu inicio a
minha fala perguntando para o Ver. Elói Guimarães e para o Ver. Sebastião Melo:
até que data a Prefeitura recebe o pagamento do IPTU com desconto? Não é uma
pegadinha!
O
Sr. Elói Guimarães: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) É o estabelecido na Lei.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Foi
uma boa resposta. Mas é o primeiro dia útil de janeiro. Às vezes é dia 2, dia 3
ou dia 4, dependendo se 31 cai numa sexta-feira, e assim por diante. Portanto,
todo o discurso de V. Exª, Ver. Elói Guimarães, e todo o discurso do Ver.
Sebastião Melo vão por água abaixo. Porque é evidente que grande parte de quem
vai pagar com desconto paga no último dia. Eu faço assim, e a grande maioria
também. Então, a folha de dezembro e o 13º já foram pagos há tempo, Ver. Elói
Guimarães. Então, esse seu raciocínio simplesmente, como já disse alguém, se
desmancha no ar. V. Exas. estão malhando em cima de um erro.
Em
segundo lugar, se coloca a possibilidade para mais pessoas que não têm poupança
- o Ver. Sebastião Melo só pensa nas pessoas um pouco mais aquinhoadas, não
pensa nos assalariados. Se a pessoa não tem poupança, ela trabalha apenas com o
seu salário, mais pessoas vão pagar a Prefeitura com desconto e pagarão no
máximo quatro dias depois do que iam pagar antes. Portanto, se houver mudança
de arrecadação na Prefeitura, é positiva, é acréscimo. Por favor, é só pensar
um pouquinho mais. Então, é um Projeto que não prejudica a Prefeitura, ao
contrário, é bom para a Prefeitura e é bom para muito mais munícipes, para
muito mais cidadãos de Porto Alegre, que vão poder se beneficiar desses descontos
que a Prefeitura dá.
A
partir disso, e para mostrar que não tem na proposta nenhuma disputa política,
o Ver. Dib propõe para o ano de 2009, ou seja, vai haver modificação apenas lá
no final de 2008, virando para 2009. É uma boa idéia, porque, inclusive, em
termos administrativos, apenas, a Prefeitura pode se preparar.
Sinceramente,
tanto a Procuradoria da Casa como a CCJ, ninguém citou que é inconstitucional.
O Ver. Elói diz que é. É respeitável, mas nem a Procuradoria da Casa nem a CCJ
opinaram assim, dizem que não tem problema legal. Dessa forma, todas as
possibilidades do Projeto são positivas, tanto para o Município que, com
certeza, vai arrecadar mais, quanto para o cidadão de Porto Alegre.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Guilherme Barbosa,
a douta Procuradoria da Casa e a douta Comissão de Justiça entendem que não
existe óbice de natureza jurídica. Agora, o douto Ver. Elói Guimarães entende
que existe. Nós temos que decidir.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Como
eu disse, é respeitável a opinião do Ver. Elói Guimarães. Mas o Setor Jurídico
da Casa e a Comissão Jurídica da Casa opinaram, os dois, que não há problema
legal no Projeto. Sendo assim, é dois a um, mesmo tendo o maior respeito pelo
Ver. Elói, que é um profissional. A Comissão é um conjunto de Vereadores, mas
eu devo achar que esses dois espaços têm razão. Desta maneira, eu concito os
colegas Vereadores ao voto positivo. Se o desconto tivesse que ser pago até o
dia 30 de dezembro, 28, 29, tinha razão o argumento. Mas não é. Já desdobra
para o janeiro seguinte. E eu acho que a maioria, como eu faço, paga no último
dia que pode pagar com desconto. Se a gente estende mais um pouco, mais pessoas
serão beneficiadas pelo desconto e maior é a arrecadação para a Prefeitura.
Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Apregôo o
Requerimento de autoria do Ver. Sebastião Melo, solicitando a votação em
destaque da Emenda nº 01 ao PLCL nº 022/07.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o
PLCL nº 022/07.
O SR. LUIZ BRAZ: Verª Maria Celeste, Presidenta; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e
senhores, quando o Ver. Todeschini me questionou com relação ao seu Projeto de
Lei, respondi para ele que votaria favoravelmente. Os argumentos que vieram
após a minha resposta, Ver. Todeschini, me fizeram refletir um pouco mais, e eu
gostaria de dialogar com V. Exª.
O Governo de V. Exª
teve toda a oportunidade para fazer com que esta prorrogação se desse, mas é
claro que, sabiamente, aqueles que administravam pelo Partido de V. Exª, nessa
área da Fazenda, precisavam realizar a arrecadação a fim de fazerem frente à
época mais difícil do ano para qualquer administrador público, que é exatamente
o mês em que o administrador público tem que pagar o décimo terceiro. Se não
houver dinheiro no caixa, o que vai acontecer é uma repetição dos últimos anos
da administração do Governo do Partido de V. Exª - e não é uma acusação, é
apenas uma reflexão.
V. Exª está lembrado
de que nos últimos anos o Governo teve que recorrer a empréstimos no DMAE para
poder pagar o 13º, e simplesmente foi necessária a ida até o DMAE para pegar
este empréstimo porque não havia dinheiro suficiente em caixa, Ver. Guilherme
Barbosa, V. Exª que é um homem conhecedor do DMAE. Ora, se nós agora tirarmos da
Administração Pública essa oportunidade, Ver. Carlos Todeschini, de antecipar
esse pagamento do IPTU para fazer caixa para o mês de dezembro, nós vamos
colocar, de novo, a Administração no mesmo barco da Administração do Partido de
V. Exª - precisando novamente recorrer a empréstimos para poder pagar o 13º
salário. Então, muito embora, Ver. Todeschini, eu tenha realmente dito a V.
Exª, num primeiro questionamento que V. Exª me fez, que eu votaria favorável,
sabendo do perigo de a Administração Pública não poder pagar os seus
compromissos de final de ano, eu realmente volto a refletir a respeito do meu
voto, porque eu não posso prejudicar os funcionários, o caixa da Prefeitura. A
Prefeitura conseguiu sanear as finanças. Hoje, a Prefeitura Municipal, Ver.
Brasinha, consegue ter os seus compromissos em dia. Se eu começar a complicar a
vida da Prefeitura - principalmente no final do ano -, eu vou começar a colocar
a Prefeitura de novo num brete. Eu não posso fazer isso. Nós todos, Vereadores,
não podemos fazer isso. Nós temos que refletir. Acho que a intenção do Ver.
Todeschini foi boa, porque ele pensou exatamente nas pessoas que iam ter mais
tempo para poder recolher o seu IPTU com um desconto de 20%; mas, nós,
Vereadores, temos que pensar no todo. Eu tenho que pensar nas dificuldades do
administrador para pagar o 13º salário. Está lá o Estado que não consegue pagar
o 13º salário do funcionalismo e tem que recorrer a empréstimos do Banrisul
para poder pagar. Nós, aqui, durante vários anos, tivemos que recorrer a
empréstimos para poder pagar esses compromissos de final de ano. Então, eu acho
que isso não é bom. O Ver. Todeschini era, naquela época, Diretor-Geral do
DMAE. Não é bom para o conjunto da Administração, para o conjunto da sociedade
que a gente venha a aprovar essa prorrogação de acordo com o que foi proposto,
muito embora reconhecendo ser boa a atitude do Vereador com relação à intenção
que teve de favorecer uma camada da sociedade, mas é ruim com relação ao
saneamento das finanças, que, hoje, possibilitam que a Prefeitura Municipal
possa pagar os funcionários públicos, no final de ano, sem colocar em perigo o
13º salário, e sem precisar, Ver. João Antonio Dib, buscar os empréstimos que
já foram buscados no passado para saldar os seus compromissos. Assim, eu vou
anunciar que tanto o meu voto, como do Ver. Claudio Sebenelo, por causa dos
problemas que nós enumeramos aqui desta tribuna, serão votos contrários ao
Projeto do Ver. Carlos Todeschini. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Dr.
Raul está com a palavra para discutir o PLCL nº 022/07.
O SR. DR. RAUL: Exma Srª Presidenta,
Verª Maria Celeste; Vereadores, Vereadoras, aqueles que nos assistem; eu
refleti bastante sobre o Projeto do Ver. Carlos Todeschini e, em primeiro
lugar, acho que devemos pensar no contribuinte, que é o mais importante nessa
situação. Eu vejo um benefício real para o contribuinte e acredito que o Poder
Público, hoje, está mostrando, através dos seus orçamentos, que vem avançando,
vem conseguindo domar esse “cavalo chucro”, que é o nosso Orçamento da Cidade.
E eu acredito que a Emenda do Ver. João Antonio Dib também veio somar bastante
nesse processo, no sentido de dar um prazo para que o Executivo possa se
preparar para mais três dias, do dia 2 ao dia 5 - o que vai facilitar a vida de
muitas pessoas; e, contrariamente, não vai dificultar tanto a Prefeitura, uma
vez que ela tenha tempo a se adequar a esse processo. Acho que os recursos são
bem administráveis, acho que temos de pensar, também, no contribuinte. Então,
eu me somo àqueles que estão vendo o mérito, que vão votar a favor do Projeto
de autoria do Ver. Carlos Todeschini. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para discutir o PLCL nº 022/07.
O
SR. ADELI SELL: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste, colegas Vereadores e Vereadoras, Ver. João Dib,
nós votaremos com a sua Emenda, porque ela teve a clareza de dar ao Governo
Municipal, ao gestor público, um ano e um mês para se organizar, se
reorganizar, se preparar para uma realidade muito atual: do pagamento que não é
feito, quando deveria ser feito. Para muitas e muitas pessoas - querendo ou não
- o imposto é cobrado numa data certa; não tendo dinheiro, as pessoas acabam
pagando juros de mora e, às vezes, até multas. Eu não entendo como falta
atitude para os atuais gestores - eu estou falando em atitude -, porque dos
atuais gestores eu não estou vendo combatividade - esta é uma palavra muito
forte para a atual gestão – e ousadia, que não são marcas da atual gestão. Eu
acho que o que nós exigimos atualmente dos gestores públicos, Ver. Carlos
Atílio Todeschini, é atitude, ousadia e combatividade, este é o tripé que pode
levar a avanços significativos da cidadania, avanços substantivos para o
bem-estar das pessoas. Sem estes ingredientes fundantes, não creio que as
coisas avancem, Ver. Brasinha. Porque o time de futebol, Ver. Brasinha, que não
tiver atitude, que não tiver ousadia e combatividade, ou seja, ataque, leva o
gol. E assim são os atuais gestores da municipalidade.
O
SR. ADELI SELL: Exatamente,
isso eu espero, inclusive, acontecer aqui e agora com a sua colaboração, como também
no final de semana eu espero que a combatividade, a ousadia e a atitude
derrotem um time cujos dirigentes são altamente corruptos, como é o caso do
Corinthians. E Governo que não tem atitude, que dorme no ponto, merece também
derrotas. Hoje, aqui, estamos começando a construir uma vitória da cidadania,
porque o povo precisa desse prazo que está esboçado no Projeto do Ver.
Todeschini, o gestor precisa de um tempo para se reorganizar, sim, e está
expresso na Emenda do Ver. João Dib.
O
Sr. Alceu Brasinha: V.
Exª permite um aparte?
O
SR. ADELI SELL: Ver.
Brasinha, por favor. O senhor está falante hoje!
O
Sr. Alceu Brasinha: Está
bem, Vereador. Quero dizer para o senhor que eu não atuo pelas pontas, eu só
jogo no meio do campo.
O
SR. ADELI SELL: Está bom,
mas, Ver. Brasinha, eu esperava que o senhor, nessa contenda, estaria conosco,
jogando de centroavante. É claro que um time precisa de defesa. Nós, quando
precisamos fazer defesas, bradamos aqui para defender aquilo que é preciso
defender, como fizemos hoje no início da Sessão. Mas também sabemos fazer e
armar a jogada, e a jogada é estar ao lado do povo, esse é o jogo que nós
devemos jogar; essa é, de fato, a partida que tem que ser travada. Eu espero
que a gloriosa Bancada Trabalhista, do PTB; a gloriosa Bancada do PDT, do
trabalhismo histórico, e outros democratas estejam conosco. Veja que o Ver.
João Dib, que já foi Prefeito, que sabe como se lida com o caixa da Prefeitura,
tem a ousadia, a combatividade e a atitude de se juntar a um time que quer avançar,
um time que quer garantir o bem-estar dos servidores do povo de Porto Alegre.
Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Não
há mais quem queira discutir. Em votação o PLCL nº 022/07. (Pausa.)
O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº
022/07.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, desde logo eu informo que a minha Bancada está liberada para votar
da maneira que entender. Este Vereador vai votar favoravelmente ao Projeto do
Ver. Todeschini, mas também este Vereador vai colocar as coisas nos devidos
termos. Nós não podemos estar aí acusando A, B, C ou D, de forma aleatória.
Quem
é que criou esse problema todo? A Administração petista. Isso nunca tinha
acontecido na cidade de Porto Alegre antes da Administração petista, que passou
a antecipar o recebimento do IPTU. Até então, enquanto eles não chegaram à
Prefeitura, o IPTU era pago com desconto no mês de janeiro; e só era pago com
desconto no mês de janeiro, porque se pagava com 12 parcelas mensais sucessivas
e não eram corrigidas. O PT corrigiu pela inflação. O PT diminuiu o número de
prestações e antecipou o recebimento do IPTU para o mês de dezembro. Eu entendo
porque fiz uma demonstração aqui no início desta Sessão, mostrando que a
Prefeitura, que empenhou 2 bilhões e 83 milhões de reais este ano, apenas
arrecadou, em dez meses, 2 bilhões e 36 milhões de reais. Há uma diferença de
caixa, não foram pagos 47 milhões de reais. Estão atrasados na Prefeitura que
precisa pagar o 13º salário e o salário de mês de dezembro.
O
Secretário de Fazenda do Estado anunciou que não vai antecipar o pagamento do
IPVA. Se ele não antecipá-lo, vai deixar de entrar dinheiro na Prefeitura. Eu
acho que a população não tem nada a ver com isso, ela precisa ser beneficiada.
Acho que o Projeto do Ver. Todeschini vai dar um pouco de alento à população, e
se for o quinto dia útil para pagar, eu não vejo nenhum problema para a
Prefeitura de Porto Alegre. Teria este ano, sim, por isso a Emenda foi feita.
Se neste ano for respeitado o primeiro dia útil do mês de janeiro, a Prefeitura
vai receber o IPTU até o dia 29 ou 30 de dezembro - não sei qual será o último
dia em que o banco vai abrir - e a Prefeitura vai receber o dinheiro e vai
pagar os seus servidores.
Então
nós damos cobertura para a Prefeitura poder realizar, já que ela não vai
receber – provavelmente não, pelo menos anuncia assim o Secretário da Fazenda
do Estado –, não vai antecipar o pagamento do IPVA. A Prefeitura vai receber e
poderá sanar o seu problema. Agora, nós não podemos, eternamente, antecipar a
Receita, quando no último mês da gestão de um Prefeito ele não deveria
antecipar a Receita; ele deveria fechar as contas com o dinheiro que tinha e
não gastar o dinheiro da outra administração.
Então,
eu acho que é uma boa idéia cobrar até o quinto dia útil, e a Emenda que foi
proposta é sensata, entra em vigor 2009.
Eu
administrei a Cidade com dificuldades, eu sei o que é administrar com dificuldades.
Eu criei uma frase que um dia eu tive o prazer de ver ser razão de um Simpósio
Nacional: “O Prefeito é o administrador da escassez”. Então, vamos administrar
a escassez. Eu acho que o Prefeito tem uma equipe competente na Secretaria da
Fazenda, vamos fazer a administração da escassez e vamos fazer com que o
Projeto do Ver. Carlos Todeschini seja aprovado, com a Emenda que foi
apresentada. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº
022/07.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
quero dizer que essa singela iniciativa, Ver. Carlos Todeschini, é de fato uma
iniciativa de um Vereador que tem sensibilidade com as dificuldades do cidadão
de Porto Alegre. Portanto, é um Vereador muito presente, como muitos de nós, no
cotidiano da Cidade.
O
Ver. Dib já disse algumas coisas que eu queria dizer, mas eu quero relembrar,
Ver. Sebastião Melo, que a Prefeitura terá que desembolsar o 13º salário pago
até o dia 20 de dezembro; que o último salário do ano, até 31 de dezembro será
desembolsado; e os demais encargos com credores, que são negociados até para o
superávit contábil ser pago, nunca são pagos bem nos primeiros dias de janeiro,
até por um problema burocrático. Sei porque acompanhei, e muito tive, como
Secretária, de dar explicações aos nossos empreiteiros, por exemplo, pois
pagávamos a partir do dia dez.
Também
parece que é perfeitamente absorvível, inclusive com a Emenda do Ver. Dib, que
é prudente, é conseqüente, porque a Prefeitura já se organizou este ano, tem
uma previsão de entrada. Nós compreendemos e por isso aceitamos que essa medida
passe a funcionar no início de 2009.
Então,
parece-me muito importante, e falo com os cidadãos desta Cidade, que esta
Câmara indique e diga que percebeu que esse início do mês de janeiro é
extremamente complicado. O cidadão que tenta pagar no primeiro dia enfrenta
fila, desconforto, uma série de problemas. O cidadão que ganha menos é o
cidadão que, muitas vezes, não pode aproveitar o desconto porque não recebe até
o primeiro dia útil, vai receber até o quinto dia útil.
Então, parece-me uma medida muito acertada, e tenho
certeza de que a sensibilidade desta Casa vai indicar ao Executivo que esse
pequeno ajuste é um ajuste que vai beneficiar os cidadãos, que, inclusive, vão
ter mais satisfação em relação ao seu Governo. Então, parece-me muito acertado
que indiquemos essa mudança.
Quero lembrar - o Ver. Dib conhece bem as finanças
municipais - que eu acho que foi uma importante iniciativa do Executivo, para
resolver os seus problemas financeiros, antecipar o IPTU, concedendo uma
contrapartida, mas, já que temos o terceiro ano de superávit, talvez o Governo
Fogaça não precise tomar essa medida. Apoiamos plenamente, com as finanças
equilibradas não se justifica mais.
Então, Ver. Dib, estamos caminhando para um
equilíbrio, um benefício aos cidadãos e com a garantia de uma Prefeitura
saneada. Acho que isso é muito positivo e é resultado, sim, de iniciativas da
oposição também, quando éramos Governo e agora, quando somos oposição.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação a
prorrogação da Sessão por duas horas. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para
encaminhar a votação do PLCL nº 022/07.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª
Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, primeiramente, Verª
Sofia e querida Bancada do PT, o Governo atual não está “inventando a roda”.
Essa questão do desconto vem de 2003, de 2004, e seguiu-se com o Governo de
José Fogaça. Nos Governos anteriores, Ver. João Dib, a data era exatamente
essa. E vou dizer por que é esta data: porque fui acessar, lá em meu gabinete,
e, no ano passado, Ver. Goulart, entraram 110 milhões de reais por antecipação
do IPTU. Isso significa, Ver. Elói, quase 65% do que se arrecada de IPTU na
cidade de Porto Alegre. Portanto, desses 110 milhões de reais, em torno de 58
milhões de reais, Verª Sofia, entraram do dia 15 até o dia 30; e o restante –
portanto, 50% - entrou exatamente no dia dois. E aí eu quero responder a V. Exª
e a mais uns cinco Vereadores que foram nesse diapasão, dizendo o seguinte:
bom, mas, se é dia 2, por que não pode ser dia cinco? Por que tem que ser dia
2, Verª Neuza? É porque eu não posso antecipar tributo de um ano para o outro.
Se estou cobrando tributo de 2008, Ver. Nereu, eu coloco a data do dia 2,
porque é a primeira data de dia útil, porque não posso antecipar cobrança de
tributo de 2008 para o ano de 2007. Então, essa é a razão.
(Aparte anti-regimental do Ver. Guilherme Barbosa.)
O SR. SEBASTIÃO MELO: Mas V. Exª não
conhece Direito Tributário, não conhece a matéria. V. Exª é um grande
engenheiro, mas, nesta matéria, está patinando! A razão pela qual eu coloco o
dia 2 é porque eu não posso dizer o seguinte: eu vou antecipar o pagamento para
o dia 28. Isso é da legislação. Esses 50 milhões, inclusive, acabam não sendo
utilizados para aquilo que seriam, porque entram no dia 2, mas é a única
maneira! O Governo de V. Exª fazia, o Governo José Fogaça faz para poder saldar
os compromissos de dezembro; portanto, a Emenda não pode prosperar, a lei não
pode prosperar.
Agora, quero entrar no mérito da Emenda do Ver.
João Dib. Se o Ver. João Dib quisesse tratar dessa matéria do outro Governo,
tinha que ter feito uma emenda para 2010,
não para 2009, porque 2008 - o ano que nós vamos adentrar - é do Governo que
agora está, e, portanto, se eu tiver que entrar em janeiro de 2009, eu terei
que tomar essa decisão ainda no Governo em curso.
Então
a Emenda do Ver. João Antonio Dib não casa com o discurso; ela atinge
exatamente a política do Governo atual, porque, se eu quero me utilizar desse
instrumento para o ano de 2009, significa que o Governo que ainda estará em
curso, o Governo José Fogaça, no ano de 2008 - porque nós estamos no ano de
2007 - tem que se utilizar do instrumento do Ver. João Antonio Dib, dizendo que
o IPTU, que vai ter que ser antecipado, vai ser do dia 05. Então, digo a V. Exª
que, se quisesse atingir o outro mandato, deveria fazer para 2010.
Mas,
então, diga assim: estou dando um ano. Não diga que estou dizendo que não estou
mexendo no atual Governo, porque, então, não é isso. Porque, para eu conceder
isso em janeiro de 2009, essa questão recai sobre o ano de 2008. Então, o
discurso não está correto.
Mas
volto ao mérito da matéria em tela: cá para nós, é inaceitável dizer que isso
vai atender o povão; o povão está no SPC, paga as contas no cartório, quando
paga. Mas quem é do povão que paga o IPTU antecipado? Alguém me aponte!
Sessenta e cinco por cento? Que bom se 100% pudesse pagar! Então, quer dizer
que o discurso também... Só estou falando do ponto de vista da argumentação. Esse
é um discurso que beneficia. Eu estou dando 20% para quem tem dinheiro, para
quem tem poupança, para quem tira dos investimentos o seguinte: eu vou ter 6%
ao ano de investimento, e tenho um IPTU de 1.200 reais para pagar, de dois mil
reais, de três mil reais. O que vou fazer, Ver. Almerindo? Eu vou sacar o
dinheiro da poupança, que vai me dar 5% ao ano; portanto, eu sou um poupador, e
vou pagar o IPTU, e eu estou ganhando 15%. Agora, o povão não tem nenhum
centavo, só tem vermelho.
Portanto,
esse argumento não me convence, e estou falando com o maior amor, com o maior
carinho, com o maior respeito, num bom debate, porque eu acho que é isso que
qualifica. Em respeito, especialmente, ao autor do Projeto, que é um homem
firme, que é um Vereador, como todos aqui nesta Casa: bons Vereadores defendem
as suas convicções. E, em respeito a V. Exª, volto a esta tribuna para dizer
que acho que V. Exas. do Governo tiveram que lançar mão desse instrumento. Que
bom que o ano que vem, Ver. Professor Garcia, a gente não precise, nos futuros
anos, não precise dar desconto, porque significa que a Prefeitura voltou à sua
normalidade. Porque dar desconto significa que a Prefeitura está tendo que
antecipar receita, que, na verdade, deveria usar no outro ano. Muito obrigado,
Srª Presidenta.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A
Verª Maristela Maffei está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº
022/07.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª
Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, no bom debate, Ver.
Sebastião Melo, democraticamente, carinhosamente, seja o que for, quem dá
golpe, quem não paga neste País não é o pobre; ao contrário, é justamente quem
tem mais; quem mais camufla impostos, quem mais dá jeitinho…Não vamos por aí,
Ver. Sebastião Melo, que não dá. Quem mais paga as contas em dia, porque a
única coisa que tem é o crédito, é o pobre, é o empobrecido, isso é científico,
está comprovado. E, Ver. Sebastião Melo, eu entendo a sua preocupação, como
Governo, respeito as preocupações, até porque, nós sabemos que o calote do
Governo do Estado, que está acontecendo, agora é só uma desculpa para não fazer
o repasse, porque eles iriam fazer, mesmo que a sua base não tivesse garantido
lá o Projeto, eles iriam fazer do mesmo jeito. Eles não iriam fazer o repasse
antecipado, porque nós já usamos essa prerrogativa quando nós estávamos no
Governo.
Portanto
a nossa justificativa não é uma questão de oposição por oposição, é uma questão
de responsabilidade. Agora, usar esse argumento é o pior. Aliás, defini o meu
voto, Ver. Todeschini, por quê? Porque é exatamente isso, Ver. Dr. Raul. Verª
Clênia... Verª Clênia... eu quero dizer que o PCdoB não faz aqui uma crítica
pela crítica, não faz oposição pela oposição, sempre tivemos responsabilidade
em Projetos de mérito e votamos junto com o Governo. Agora, nessa questão não
dá. Também quero dizer, Ver. João Dib, que voto com a sua Emenda, porque, de
fato, o Governo não esperava todo esse desfecho que aconteceu agora, não
esperava. Nem nós esperávamos o que aconteceu, com a desculpa que a Governadora
do Estado está argüindo, mas quero dizer, Ver. Todeschini, que voto com o seu
Projeto, com a Bancada do PT, e voto também na Emenda do Ver. João Dib, que se
preocupa, Ver. Professor Garcia, que há um tempo, sim, para se organizar. Agora
nesse argumento do Ver. Sebastião Melo não dá, porque aí não tem lógica.
Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Elói Guimarães está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº
022/07.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª
Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, este é um debate
importante que a Casa produz, porque traz a discussão de questões importantes,
fundamentais da Cidade, da Administração, que é a questão financeira.
Hoje,
nas instituições públicas, uma das questões mais sérias é a questão financeira,
os Orçamentos, as receitas, as despesas.
Lembro
das dificuldades que a Administração Popular enfrentou, e aqui já se disse, com
o 13º, tendo que recorrer a uma instituição extremamente importante e sadia de
Porto Alegre, que é o DMAE, e, se não me falha a memória, o Vereador
proponente, Ver. Todeschini, era o Diretor-Geral do DMAE, quando lá, com a
competência que lhe correspondia, com a autoridade que lhe correspondia,
entendeu de não ver dificuldades em socorrer a Administração Direta com
recursos para o 13º salário.
Então
é um Projeto que tem o seu sentido, os seus fundamentos, na medida em que olha
o contribuinte e facilita no que puder. Por outro lado, temos de olhar o outro
lado do balcão, que é, exatamente, a Administração que está aí equilibrada, com
muitas dificuldades, mas que não tem sobras, caminha nos limites possíveis.
Então
é toda uma série de questões que poderá criar, não digo desestabilizar,
absolutamente não, mas poderá criar, inquestionavelmente, uma situação de
dificuldades no cumprimento das suas obrigações com a Folha de Pagamento.
Estou
trazendo, aqui, depois de uma reflexão demorada da Bancada do nosso Partido, o
PTB, estamos trazendo, aqui, a nossa posição, leal, franca, de entender que
agora não é o momento, poderá surgir ali na frente o momento em que as
condições do erário permitam que se ofereça esta vantagem ao contribuinte que,
em última análise, merece todo o nosso respeito. Contribuinte é aquele que traz
para os cofres públicos os recursos, para que eles, em serviços, em obras,
sejam devolvidos à população.
Portanto,
Ver. Almerindo, a nossa Bancada, depois de uma reflexão, entende de forma
madura, tranqüila que nós não devemos apoiar o presente Projeto. E mais, eu
quero sustentar aqui, Ver. Luiz Braz, a inconstitucionalidade, porque ele é
gerador de despesa. Na medida em que, se eu admito 0,01% de inflação ao dia,
não importa, e eu ofereço mais tempo, eu automaticamente estou diminuindo a
receita. Se estou diminuindo a receita, estou aumentando a despesa. Então bate
à corda da constitucionalidade, toca na corda da inconstitucionalidade o
presente Projeto.
Nesse
sentido nós encaminhamos, a Bancada, pelo meu Líder, Ver. Dr. Goulart,
encaminhamos contrariamente o presente Projeto. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº
022/07.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Senhores Vereadores, e quem nos assiste pela
TVCâmara, público presente também, Ver. Elói, é verdadeiro que, quando era
Diretor do DMAE, em 2003, realizamos um empréstimo no dia 15 de dezembro. E
quero fazer um destaque aqui: à época foi uma exigência nossa ao Governo, valorizando
esta Casa, que o empréstimo fosse feito por lei, e o senhor participou e
presenciou, porque eu acho que é assim que se faz a transparência e a
valorização desta Casa. Assim como eu quero que esta Casa se valorize neste
momento, porque as preocupações que são válidas na questão dos fluxos de caixa, nas questões
levantadas muitas são pertinentes, exceto a preocupação do Ver. Melo, a sua
exposição, porque ele se equivocou aqui na manifestação, porque o que está se
fazendo é antecipação, é receita de 2008 para saldar compromissos de 2007, 13º
e salário de dezembro. Portanto, o Ver. Sebastião Melo inverteu o raciocínio,
porque nós, entrando no ano de 2008, vamos ter o Exercício fiscal
correspondente, porque os tributos de 2008 são para saldar compromissos de
2008. Portanto, ele fez um raciocínio lógico, porém completamente invertido e
com um ano de atraso. Então, isso não tem validade porque o real é isto:
estamos, em princípio, antecipando receitas com benefício de desconto de 20%
com arrecadação até o 1º dia útil do ano subseqüente para saldar compromissos
de 2007. É isso que existe hoje, o que está posto. Não há nenhum problema em
arrecadar em 2008 para pagar em 2008. Portanto, desfaz-se o raciocínio do Ver.
Sebastião Melo, ele é ilógico ou é invertido ou é de um ano invertido, de um
ano trocado. Quero deixar bem claro que estamos tratando, sim, de um Projeto
que não pretende, Ver. Elói... E digo com tranqüilidade a V. Exª, com o
ensinamento que nós obtivemos com o nosso grande Vereador e Deputado Ibsen
Pinheiro: temos, sim, capacidade e competência, Ver. Almerindo, para legislar
sobre matéria financeira, que não é o caso aqui; é apenas uma previsão de data
e de referencial de data. Sobretudo este Projeto é um pedido, um clamor da
comunidade, dos trabalhadores, daqueles que têm que enfrentar um árduo dia de
fila, de transtornos, porque é o único dia que há para pagar com o benefício
dos 20% de desconto, que para os trabalhadores é muito significativo, porque os
celetistas recebem até o 5º dia útil de cada mês do novo ano. Esse é o sentido,
esse é o objetivo. O Ver. Raul foi muito claro, muito direto, porque acho que
nós, podendo servir, podendo facilitar a vida do povo, devemos fazê-lo e não
medir esforços para tanto. Nós, como Vereadores, temos que ter a nossa opinião.
Não pode o Governo, sistematicamente, ditar o que os Vereadores devem fazer,
porque, assim, a maioria, ainda que respeitável, vem cumprindo. A opinião do
Governo subordina as decisões, as deliberações. Eu sei que há raras exceções,
aqui, isso é importante. Ver. João Dib, o senhor propôs uma Emenda que, de
pronto, foi acatada. Isso demonstra que o nosso espírito não é constranger esse
ou aquele governo, mas, sim, buscar um benefício através de uma regra, através
de uma lei pública que venha beneficiar o conjunto da população da nossa
Cidade. Esse é o sentido que tem que ser visto. E esta Casa deve, sim, buscar a
sua valorização com a autonomia que deve ter, em que pese a solidariedade que
deve prestar a Bancada governista ao seu Governo. Muito obrigado pela atenção
de todos e espero que aprovemos o Projeto. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação
nominal, por solicitação desta Presidência, o PLCL nº 022/07. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) REJEITADO por 12 votos SIM e 18 votos NÃO.
A
SRA. SOFIA CAVEDON (Requerimento): Srª
Presidenta, solicito verificação do quórum.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Solicito a abertura do painel eletrônico para a verificação de quórum. (Após a
apuração eletrônica) Registro a presença de 11 Srs. Vereadores. Não havendo
quórum, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 19h08min.)
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